Reitoria da UFPB é depredada após protesto pela morte de estudante
Os vidros da entrada principal da Reitoria do campus I da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em João Pessoa, foram quebrados durante a madrugada de hoje. A entrada principal foi interditada pela Polícia Federal, que investiga o caso. Algumas salas também foram depredadas.
A UFPB informou que vai se pronunciar após as investigações policiais. A segurança da Universidade é terceirizada. O delegado responsável pelo caso disse que vai ouvir os seguranças da instituição.
A ação aconteceu após o ato que pede justiça pela morte do estudante de filosofia Clayton Tomaz de Sousa, conhecido por Alph. O corpo do estudante foi encontrado no último dia 8, dois dias após ele ter desaparecido. A família da vítima reconheceu o corpo, já em estado de decomposição, na última segunda-feira.
No campus, as pichações em torno da reitoria chamaram a atenção para o que estava acontecendo. Frases do tipo 'Quem matou Alph?', 'Justiça para Alph' e 'Foi assassinato' marcam a entrada da reitoria, onde há uma faixa de isolamento colocada pela polícia para evitar a passagem. No mesmo local, coroas de flores, velas e uma foto de Alph foram deixados pelo ato em homenagem ao estudante realizado ontem à noite.
A polêmica em torno da morte do estudante se deu após a circulação de um vídeo gravado por ele há cerca de um ano, no qual ele afirma que foi ameaçado por seguranças da UFPB e que "a minha vida está em risco, se eu for encontrado morto, foram os guardinhas, não tem outro".
O vídeo passou a fazer parte do inquérito da Polícia Civil que investiga o homicídio. O estudante foi encontrado morto em uma mata, com um tiro na cabeça. Ele também denunciou a segurança da UFPB em outras postagens nas redes sociais. Em uma delas, disse que havia uma milícia dentro da instituição.
Em nota, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) emitiu nota de pesar pela morte de Clayton, que inclusive já foi coordenador do diretório entre os anos de 2016 e 2017. Também em nota, o Conselho do Centro de Ciências humanas, Letras e Artes (CCHLA) lamentou a morte do estudante e destacou que Alph "era um aluno de intensa participação não apenas no curso de filosofia, mas em toda a universidade, vivendo intensamente o cotidiano da instituição". Exigiu também, das autoridades, a máxima celeridade na apuração dos fatos e na realização de justiça.
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