Sem aulas, escolas de SP terão merenda para vulneráveis a partir de 2ª
O governo de São Paulo anunciou hoje que fornecerá merenda escolar na rede estadual pública de ensino já a partir da próxima segunda-feira (1º), uma semana antes da volta programada para as aulas presenciais. A alimentação terá que ser requisitada pelos alunos e responsáveis por meio de um cadastro na internet ou solicitação presencial nas unidades de ensino.
A gestão do governador João Doria (PSDB) afirmou que a volta da merenda escolar na semana que vem será voltada prioritariamente para "alunos mais vulneráveis". Segundo estimativa feita pela Secretária de Educação paulista, hoje a rede estadual tem 770 mil estudantes nessas condições.
Rossieli Soares, secretário estadual de Educação, disse que a merenda não será restrita a esses alunos mais vulneráveis, mas que haverá organização prévia das solicitações para evitar aglomerações nas escolas, que têm determinação para funcionar com apenas 35% da capacidade, e também o desperdício de alimentos.
Não é exclusivo para esses 770 mil, poderemos estender a outros, mas serão priorizados esses. Sempre com cronograma para não gerar aglomerações. Sempre com horário marcado."
Rossieli Soares, secretário estadual da Educação
"Não podemos preparar alimentação e não ter público. Sempre funcionará com demanda da família", afirmou o secretário, em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes. Ele prometeu suporte a famílias que tenham dificuldade para fazer o cadastro na internet e informou que a pasta fará uma "busca ativa" dos alunos e responsáveis que tenham problemas para fazer a solicitação.
Os pedidos de merenda devem ser feitos pelo portal da Educação paulista por alunos maiores de 18 anos ou pelos responsáveis dos estudantes com idade inferior. O cadastro também pode ser feito presencialmente nas escolas da rede estadual.
Em abril do ano passado, o governo paulista anunciou o início do pagamento de um auxílio merenda por conta da suspensão das aulas pela pandemia de covid-19. A ajuda foi destinada a alunos da rede estadual beneficiários do Bolsa Família ou que estão na pobreza e na extrema pobreza segundo o Cadastro Único do governo federal. O auxílio mensal era de R$ 55 e foi encerrado com o fim de 2020.
Volta adiada
Na última sexta-feira (22), Doria anunciou o adiamento em uma semana do retorno das aulas na rede pública estadual. Agora, os alunos poderão contar com o ensino presencial apenas a partir do dia 8 de fevereiro.
Na próxima semana, as escolas vão abrir para uma semana de acolhimento, com foco nos alunos que precisam de apoio para o uso da tecnologia.
O ensino remoto continuará a ser oferecido aos alunos porque o estado de São Paulo vive hoje uma segunda onda da pandemia, com todas as 17 regiões nas fases vermelha e laranja do Plano São Paulo, que coordena a flexibilização ou endurecimento de medidas restritivas. Com isso, as escolas podem funcionar apenas com 35% da capacidade e será adotado um rodízio de alunos caso haja mais estudantes interessados no ensino presencial do que o permitido.
Apesar de a abertura das escolas estar autorizada a partir da semana que vem tanto na rede estadual como no ensino privado do estado, o funcionamento depende de decisões das prefeituras. Na capital paulista, as escolas da rede municipal podem reabrir, a princípio, a partir de 1º de fevereiro, e as aulas presenciais serão retomadas no dia 15 do mesmo mês.
A volta às aulas presenciais não é obrigatória para os alunos que estiverem em regiões nas fases vermelha e laranja do Plano São Paulo, o que representa a totalidade do estado neste momento.
Terceira coletiva em três dias
A entrevista coletiva realizada hoje por Doria foi a de número 167 desde o início da pandemia no estado. Os eventos com cobertura da imprensa, que costumavam ter foco maior na covid-19, já chegaram a ser semanais, mas só nesta semana foram realizadas três coletivas em três dias. Na última sexta também houve entrevista, totalizando quatro em seis dias.
A frequência maior tem sido acompanhada por temas que não dizem respeito diretamente à pandemia, como por exemplo um novo projeto de revitalização do entorno do Rio Pinheiros, na capital, anunciado hoje.
As informações sobre a pandemia e as vacinas contra a covid-19 seguem sendo temas das entrevistas, mas Doria também tem aproveitado para divulgar outras ações do seu governo.
Além disso, os eventos têm alimentado a rivalidade entre o governador paulista e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), atual rival político, mas com quem se associou em 2018 durante a campanha da eleição que o elegeu governador. Doria chegou a cunhar a expressão "BolsoDoria" e vestiu uma camiseta em campanha com o termo estampado nela.
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