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'Escola está aberta para quem mais precisa', diz secretária de SP

Patrícia Ellen: "Há jovens que não podem ficar fora da escola nesse momento" - Divulgação/Governo do Estado de São Paulo
Patrícia Ellen: 'Há jovens que não podem ficar fora da escola nesse momento' Imagem: Divulgação/Governo do Estado de São Paulo

Do UOL, em São Paulo

04/03/2021 10h13

A secretária estadual de Desenvolvimento Econômico de São Paulo, Patrícia Ellen, disse hoje que as escolas permanecerão abertas na fase vermelha, a mais restritiva do Plano São Paulo de combate ao coronavírus, para acolher os jovens e crianças que mais precisam.

As escolas da rede estadual, um dos principais pontos do debate sobre um possível fechamento, continuarão abertas para alunos que necessitarem de alimentação e suporte educacional, segundo o governo.

Em entrevista ao Bom Dia São Paulo, da TV Globo, a secretaria ressaltou que quem tiver condições de acompanhar as aulas em casa, de forma remota, deve fazê-lo. No entanto, ela destacou que os estabelecimentos de ensino da rede estadual seguirão abertos para quem precisar.

Essa pandemia já se estendeu por um ano, há jovens que não podem ficar fora da escola nesse momento, não somente porque não estão acompanhando o ensino. O secretário [Rossieli Soares, da Educação] ontem mencionou outros exemplos: jovens com desafios emocionais, com desafios para ter acesso à comida, a merenda na escola é muito importante. Escola está aberta para quem mais precisa, por isso que esse momento é um teste de consciência em todos nós Patrícia Ellen

Os estudantes que "mais necessitam", segundo o governo são:

  • Alunos com necessidade de alimentação escolar
  • Alunos com dificuldade de acesso à tecnologia e outros suportes
  • Alunos com "severa defasagem" de aprendizado
  • Alunos cujos responsáveis trabalhem em serviços essenciais
  • Alunos com saúde mental sob risco

As unidades de ensino municipais e particulares poderão ficar abertas, respeitando o limite legal de ocupação de 35%, a depender dos municípios e das empresas. A presença dos estudantes é opcional e deve ser definida pela família, segundo informou ontem o secretário estadual da Educação, Rossieli Soares, em coletiva de imprensa.

O coordenador-executivo do Centro de Contingência ao Coronavírus, João Gabbardo, afirmou que São Paulo só fechará as escolas em último caso.

Ellen destacou que a secretaria de Educação tem atuado para aumentar o engajamento dos estudantes nas videoaulas.

Estado de SP na fase vermelha a partir de sábado

O governo de São Paulo anunciou ontem que todo o estado vai entrar na fase vermelha por duas semanas a partir de sábado (6). Nesta fase, apenas serviços essenciais — como mercados e farmácias — ficam abertos, mas com capacidade reduzida.

O objetivo é frear o avanço da pandemia no estado. Anteontem, São Paulo registrou 468 mortes pela doença e, ontem, atingiu 75,3% da ocupação de UTI (unidades de tratamento intensivo) — dois recordes desde o início da pandemia.

As medidas valerão de sábado ao dia 19, com possibilidade de prorrogação.

Questionada sobre o impacto econômico da decisão, a secretária disse que o governo enviou ontem à Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) o projeto do Bolsa Trabalho e, na semana que vem, anunciará "medidas econômicas adicionais".

"Agora, a medida econômica mais importante neste momento é ficarmos vivos. Estamos na situação mais desafiadora desde o início da pandemia, crescimento da ocupação de leitos, crescimento de internados em UTIs foi muito acelerado na última semana, o que nos levou a trazer a classificação mais dura do plano São Paulo desde o início da vigência", afirmou.

A Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) criticou a decisão do governador em colocar todos os municípios do estado na fase vermelha. Mais do que isso, a entidade critica o ambiente de incertezas que se criou.

"A cada dois dias, enfrenta-se uma mudança de posicionamento. É impossível que negócios se mantenham de pé em um cenário desses, no qual falta planejamento e transparência", diz a associação, em nota.