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Ministro da Educação defende que universidade 'deveria ser para poucos'

Do UOL, em São Paulo

10/08/2021 12h57Atualizada em 10/08/2021 17h18

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse que a universidade deveria ser um espaço de acesso "para poucos" e que os institutos federais de ensino técnico sejam os verdadeiros protagonistas no futuro.

Universidade, na verdade, ela deveria ser para poucos nesse sentido de ser útil à sociedade
Milton Ribeiro, ministro da Educação

Para sustentar a sua visão sobre o futuro da educação no país, Ribeiro afirmou que hoje o Brasil tem uma série de engenheiros e advogados "dirigindo Uber" por falta de colocação no mercado de trabalho. As declarações foram feitas ontem, em entrevista à TV Brasil.

"Se fosse um técnico de informática, conseguiria emprego, porque tem uma demanda muito grande", disse o ministro durante o programa Sem Censura.

O ministro também se queixou sobre os posicionamentos políticos de reitores das universidades federais contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e contra a pasta.

Respeitosamente, vejo que alguns deles optaram por visão de mundo à esquerda, socialistas. Eu falei para eles: se formos discutir essas questões, nunca vamos chegar a um acordo
Milton Ribeiro, ministro da Educação

Ao mesmo tempo, Ribeiro fez uma ressalva sobre o perfil dos reitores das instituições federais. Para ele, os líderes das universidades não podem ser "esquerdistas" ou "lulistas". Em seguida, o ministro declarou que os reitores devem cuidar da educação "e ponto final".

"As universidades federais não podem se tornar comitê político de um partido A, de direita, e muito menos de esquerda", declarou o ministro.

O governo Bolsonaro adotou como medida nomear os reitores. A postura gerou críticas da comunidade acadêmica após candidatos eleitos pelo corpo docente e alunos não serem empossados pelo presidente.

Aulas presenciais

Ribeiro disse que um dos grandes desafios da sua gestão é o retorno das aulas presenciais durante a pandemia. "Eu, enquanto educador, sei quanta falta faz, quanta perda das faltas de aulas, das escolas fechadas. Esse foi meu grande desafio".

O ministro da Educação afirmou que não faltaram recursos ao MEC e que a pasta utilizou recursos para disponibilizar equipamentos de prevenção ao novo coronavírus e para a compra de EPIs (equipamentos de proteção individual) e álcool em gel para combater o vírus.

"Só para cuidar da parte de objetos e elementos para cuidar da pandemia, como máscaras, EPI e álcool em gel, o MEC transferiu R$ 1,7 bilhão, fora o dinheiro que o governo federal aportou nos estados e municípios".