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É inviável voltar às aulas presenciais, dizem pesquisadores da UFRJ

Análise foi feita por grupo que auxilia a UFRJ na tomada de decisões envolvendo a covid-19 e a vida acadêmica - Divulgação
Análise foi feita por grupo que auxilia a UFRJ na tomada de decisões envolvendo a covid-19 e a vida acadêmica Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

13/08/2021 15h56Atualizada em 13/08/2021 16h48

A baixa cobertura vacinal contra a covid-19 apresentada pelo Rio de Janeiro e o avanço da variante delta no estado acabam "inviabilizando qualquer sugestão de retorno normal às atividades presenciais" na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

O apontamento consta em uma análise, divulgada hoje, de pesquisadores da UFRJ que compõem o Grupo de Trabalho Multidisciplinar para Enfrentamento da Covid-19, que auxilia a instituição na tomada de decisões envolvendo a pandemia e as atividades acadêmicas.

Para os pesquisadores do grupo, a cobertura vacinal contra a covid-19 no estado do Rio de Janeiro, "apesar de estar avançando, ainda é muito baixa" e não atingiu de forma tão contundente os mais jovens, que formam "grande porcentagem" dos estudantes da universidade.

"Estima-se que a cobertura vacinal acima de 70% dos indivíduos com esquema vacinal completo seria uma faixa segura para o início das medidas de flexibilização, desde que não haja a introdução de nova variante associada a escape imunológico das vacinas em uso", apontam.

Atualmente, o RJ já vacinou o equivalente a 49,54% da população do estado com ao menos uma dose contra a covid-19, enquanto 20,54% já completou o esquema de imunização, segundo dados atualizados ontem pelo consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte.

Além do mais, sinalizam os pesquisadores, "existe a tendência de que nas próximas semanas" a delta aumente o registro de casos da covid-19 no RJ e na capital fluminense, o que exige cautela por parte da comunidade universitária.

A volta de grande número de alunos à universidade, aumentando a mobilidade e a concentração de indivíduos neste período de disseminação dessa variante em nosso estado, seria, a nosso ver, de grande risco para a população, pois propiciaria o surgimento de novas variantes. Grupo de Trabalho Multidisciplinar para Enfrentamento da Covid-19 da UFRJ

No início da semana, o RJ foi apontado pelo Ministério da Saúde como o estado com mais casos da variante delta do novo coronavírus: 206 entre 570 (36,14% das notificações). São Paulo, que apareceu em segundo lugar, tinha menos da metade dos registros do Rio de Janeiro: 96.

Riscos da variante delta

De acordo com um documento do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos), pessoas vacinadas podem transmitir a variante delta tanto quanto as não vacinadas.

No documento, o CDC afirma haver indícios de que, entre não vacinados, a delta leva a mais casos graves da covid-19 quando comparada a outras variantes, além de conseguir se espalhar tão rapidamente quanto a catapora.

A peça do CDC é citada pelo Grupo de Trabalho na nota técnica como um sinal de alerta. O documento do órgão americano também aponta que a imunização completa contra a covid-19 evita que infecções pela delta evoluam para quadros graves.

"Chamamos a atenção de toda a sociedade, em especial dos tomadores de decisão, para a delicada situação pandêmica atual em nosso estado e reiteramos que as medidas devem levar em conta esse cenário preocupante", aponta o Grupo de Trabalho.

"Somente a ampliação da cobertura vacinal completa, a testagem em massa e a extrema cautela ao se adotarem possíveis medidas de flexibilização podem conter a pandemia", finaliza a nota técnica.