Rodízio de alunos na rede municipal de São Paulo termina no dia 25
A Prefeitura de São Paulo anunciou hoje que o rodízio de estudantes nas escolas municipais terminará no próximo dia 25. Segundo o comunicado, unidades do ensino fundamental e médio poderão receber 100% dos alunos sem necessidade de distanciamento, mas mantendo o uso de máscara e álcool em gel.
A presença dos estudantes não será obrigatória. Porém, as famílias que optarem por manter os filhos nas aulas remotas terão de assinar um termo de responsabilidade.
Desde fevereiro deste ano, as escolas municipais estavam funcionando com limite de até 35% dos estudantes.
A cobertura vacinal de primeira dose entre adolescentes de 12 a 17 anos é de 99,6% na cidade de São Paulo, segundo dados da prefeitura. O grupo começou a ser vacinado em 16 de agosto com a vacina da Pfizer, a única aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para a faixa etária.
Ontem, o governo de São Paulo anunciou que a presença dos alunos será obrigatória nas escolas estaduais e privadas do estado a partir da próxima segunda-feira (18).
Entretanto, ao menos 75% das unidades estaduais terão que manter as aulas remotas, segundo dados da Secretaria de Educação, já que apenas 1.251 instituições das 5.130 conseguem receber todos os estudantes ao mesmo tempo e cumprir o distanciamento de um metro, cuja exigência só acaba em 3 de novembro.
Desigualdade
Reportagem da Folha de S.Paulo de agosto de 2020, quando o estado liberou as escolas a receber 100% dos alunos, comparou colégios privados e públicos e apontou que alunos das particulares teriam aulas presenciais todos os dias, enquanto estudantes da rede pública continuariam com revezamento.
Pesquisa feita pelo estado estima que será preciso 11 anos para os alunos recuperarem a aprendizagem perdida ao longo da pandemia de coronavírus. "As crianças estão com uma série de déficits de aprendizagem, com uma série de problemas, inclusive psicológicos, depressão, ansiedade", disse o secretário estadual de Educação, Rossieli Soares, durante entrevista no Palácio dos Bandeirantes.
Especialistas já apontam que o desafio será ainda maior para estudantes da rede pública e que não tiveram acesso às aulas remotas. Estudo feito pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), por exemplo, apontou que, para 42% dos alunos pretos e pardos no Brasil, a dificuldade de acesso à internet ou baixa qualidade de conexão para assistir as aulas afetaram os estudos na pandemia.
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