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Senador anuncia subcomissão para apurar denúncias de interferência no Enem

Sede do Ministério da Educação, em Brasília-DF.  -  Agência Brasil
Sede do Ministério da Educação, em Brasília-DF. Imagem: Agência Brasil

Do UOL, em São Paulo

16/11/2021 22h57

O senador Marcelo Castro (MDB-PI), presidente da Comissão de Educação do Senado, anunciou hoje que irá propor a criação de uma subcomissão para investigar as denúncias feitas por 37 servidores que pediram exoneração de seus cargos no Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), na última semana.

Em entrevista à TV Globo, no domingo (14), alguns deles que atuavam na realização de exames como o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e o Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes) alegaram que estariam sofrendo assédio moral e que estaria havendo interferência nas questões das provas.

Essas denúncias são muito graves. E a declaração do presidente Jair Bolsonaro de que agora 'as questões do ENEM estão com a cara do governo' foi como jogar gasolina no fogo. Tudo isso precisa ser esclarecido e vamos ouvir todos os envolvidos: os servidores, o presidente do Inep, Danilo Dupas, e o ministro da Educação, Milton Ribeiro. Além disso, vamos acompanhar todas as etapas do Enem, desde a realização das provas até a divulgação dos resultados. Senador Marcelo Castro

A reunião da Comissão de Educação do Senado deve ocorrer nesta quinta-feira, às 9h.

Ao todo, 37 servidores do Inep pediram exoneração de seus cargos na segunda-feira (8). Os pedidos de demissão aconteceram de forma coletiva e como uma medida para pressionar a saída do atual presidente do órgão, Danilo Dupas. O Inep é ligado ao MEC (Ministério da Educação) e é responsável pelo Enem e por outros estudos e avaliações da educação, como o Saeb.

Em carta enviada aos diretores, o grupo que pediu exoneração dos cargos citou a "fragilidade técnica e administrativa da atual gestão máxima do Inep". Em nota divulgada à imprensa ontem à noite, o MEC afirmou que o cronograma do Enem está mantido e que não será afetado.

Fontes ligadas ao Inep ouvidas pelo UOL, na condição de anonimato, disseram que os pedidos acontecem por discordância das decisões de Dupas, que não são consideradas de caráter técnico, e por supostos casos de assédio moral.

Uma semana antes, outros dois coordenadores ligados ao Enem pediram exoneração de seus cargos. Ao todo, o instituto tem 383 servidores. O grupo que entregou os cargos deixa suas funções, mas não suas carreiras de servidores no Inep.