FNP vai anunciar se reajuste de professores está em vigor até segunda-feira
O secretário-executivo da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), Gilberto Perre, disse, em entrevista ao UOL News da noite de hoje, que até a próxima segunda-feira (14), os associados da frente terão um parecer jurídico e vão saber se está ou não em vigor o reajuste de 33,24% definido pelo governo federal para professores da educação básica.
Ao UOL, a FNP havia dito que o reajuste é "impraticável na maioria das cidades" brasileiras. A portaria do novo piso salarial foi assinada na sexta-feira (4) pelo presidente da República Jair Bolsonaro (PL) e pelo ministro da Educação, Milton Ribeiro.
Questionado os motivos que tornam a medida impraticável, Perre explicou que há dois principais pontos: o jurídico e o fiscal. O primeiro, disse, é que existe, na avaliação de vários juristas e procuradores, um "vácuo legislativo".
"Não está claro na lei onde é e como se aplica o critério estabelecido numa lei que está em vigor, mas o que remete a lei não esta em vigor", falou. "Portaria é um ato administrativo. E a portaria assinada pelo ministro é muito singela, de pouquíssimos dispositivos, que referenda um parecer. E esse parecer é dúbio se está ou não o critério de reajuste salarial do magistério."
Do ponto de vista econômico, o secretário-executivo da FNP afirmou que o reajuste de 33,24% é "bastante expressivo". Segundo ele, os prefeitos defendem que os docentes recebam uma remuneração digna. A questão, argumentou, é saber se as contas públicas suportam o aumento.
Perre disse que, com o reajuste, a estimativa do impacto da medida para o conjunto das cidades é da ordem de R$ 30 bilhões por ano, mas, juntas, as cidades arrecadam de IPTU R$ 50 bilhões por ano.
"Além de responsabilidade fiscal, traz limites de gastos de pessoal em relação à despesa total. Municípios e estados até estão sujeitos a diversas sanções se ultrapassarem determinado patamar da despesa de pessoal para despesa total", esclareceu.
"Um reajuste de 30% no piso dos professores vai obviamente impactar num aumento da proporção da despesa de pessoal em relação a despesa total dos municípios."
*Com informações de Ana Paula Bimbati, do UOL, em São Paulo
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.