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Sindicato de professores de SP critica falta de reajuste: 'Vale menos?'

A professora Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel, é presidenta da Apeoesp e deputada estadual (PT/SP) - Rogério Cavalheiro/Divulgação
A professora Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel, é presidenta da Apeoesp e deputada estadual (PT/SP) Imagem: Rogério Cavalheiro/Divulgação

Ana Paula Bimbati

Do UOL, em São Paulo

10/02/2022 15h00

A Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) criticou a falta de reajuste para profissionais da educação no estado de São Paulo. A declaração foi dada após o governador João Doria (PSDB) anunciar um aumento de 20% no salário de policiais e funcionários da saúde pública. Os demais servidores terão aumento de 10% — professores não estão incluídos.

O sindicato também entrou com uma ação hoje para que o governo cumpra o reajuste de 33,2% do piso nacional, anunciado na semana passada pelo governo federal.

Jamais iremos nos opor ao reajuste de servidores públicos que cuidam de direitos de enorme importância, como Saúde e Segurança Pública. No entanto, fica a pergunta: o trabalho dos profissionais da Educação --professores e funcionários-- vale menos?"
Maria Izabel Azevedo Noronha (PT), presidente da Apeoesp e deputada estadual

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A categoria vem criticando, nos últimos meses, os anúncios da área da Educação que incluem apenas bonificações pontuais aos professores. Procurado pela reportagem, o governo de São Paulo disse repudiar a declaração da presidente da Apeoesp e disse que sua manifestação é "distorcida, eleitoreira e, mais uma vez, oportunista".

"A parlamentar, curiosamente, omite que o estado já anunciou, há 40 dias, acréscimo salarial de até 73% para o professorado com o novo plano de carreira que será apresentado à Assembleia Legislativa", disse a nota.

O governo afirmou ainda que o reajuste de 10% será oferecido aos profissionais do quadro de apoio educação, inclusive aposentados e pensionistas. Fazem parte desse grupo: agentes de serviço, agentes de organização e secretários de escola.

Segundo a deputada, o piso salarial não deve ser pago com "abonos e gratificações e sim com reajuste salarial, para todos os integrantes da carreira do magistério, da ativa e aposentados".

Até 2020, o estado não cumpria o piso nacional.

Ela afirma ainda que seu mandato tomará medidas para garantir que todas as carreiras recebam seus aumentos de "forma igual".

"O reajuste devido para a equiparação dos salários com o piso nacional é de 33,2% e tem que ser pago imediatamente", diz a presidente do sindicato, se referindo ao reajuste anunciado pelo governo federal.

Nova carreira

No fim do ano passado, o governo Doria anunciou um aumento de até 73% aos professores da rede estadual, mas condicionado ao desempenho. Além disso, o valor só passa a valer após a Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) aprovar projeto de lei sobre o tema.

A proposta também inclui um novo plano de carreira, que traz uma reestrutura na avaliação do trabalho dos docentes. Atualmente, professores que trabalham 40 horas por semana têm uma remuneração inicial de R$ 2,8 mil. Com a nova proposta, sobe a R$ 5 mil.

Para calcular esse aumento, a Secretaria da Educação vai criar uma nova avaliação de desempenho profissional dentro da nova carreira. Hoje, as avaliações já acontecem, mas possuem o mesmo conteúdo, independente da etapa de carreira de cada professor.

Quem fizer mestrado e doutorado receberá um acréscimo de 3% a 5% no salário.

Reajuste para policiais e profissionais da saúde

Em ano eleitoral, Doria anunciou hoje um reajuste de 20% para 541 mil profissionais da saúde e da segurança pública. Segundo o governo, o aumento salarial foi possível graças a uma "série de medidas fiscais e de enxugamento da máquina pública, além da atração de novos investimentos, adotada no início desta gestão".

Dos mais de 541 mil servidores, 276 mil são da área da segurança pública e da administração penitenciária. Na Saúde, 69 mil médicos e profissionais de outras carreiras serão beneficiados.

Doria é candidato a Presidência da República pelo PSDB.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do informado na primeira versão deste texto, o aumento de 10% será oferecido para agentes de serviço, agentes de organização e secretários de escola. Professores terão aumento de até 73%, caso o projeto do governo seja aprovado na Alesp.