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Gêmeas passam em mais de 30 faculdades de medicina estudando 100% online

Irmãs Samyra e Sarah, aprovadas em medicina em mais de 30 universidades públicas.  - Reprodução/TV Bahia
Irmãs Samyra e Sarah, aprovadas em medicina em mais de 30 universidades públicas. Imagem: Reprodução/TV Bahia

Colaboração para o UOL, em São Paulo

04/03/2022 11h07Atualizada em 04/03/2022 11h56

Passar no vestibular para medicina sempre é um grande desafio. E, sabendo disso, duas irmãs gêmeas baianas de 19 anos, que nasceram com só um minuto de diferença, comemoraram terem notas suficientes para serem aprovadas para o curso em mais de 30 faculdades públicas do Brasil - e com resultados muito semelhantes entre si.

Samyra e Sarah Aramuni cursaram a rede pública da cidade de Teixeira de Freitas, localizada no sul da Bahia. Por causa da pandemia, estudaram 100% online e fizeram disso um estímulo.

Entre as diversas opções de instituições de ensino, as duas decidiram pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Samyra foi aprovada em segundo lugar e Sarah ficou em terceiro, com base na avaliação das notas que elas obtiveram no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), pelo Sisu (Sistema de Seleção Unificada).

Agora as irmãs celebram a conquista das vagas em medicina, especialmente após uma longa jornada de preparação e esforços para os vestibulares mais concorridos do país.

"Ainda não caiu a ficha, mas é realmente muito gratificante. Só a gente sabe tudo que estudou, levantar todos os dias para estudar. A gente estava 100% online então ninguém ficava no nosso pé e a gente estudava", declarou Samyra em entrevista à TV Bahia, afiliada da Globo.

Entre as 30 universidades que as estudantes foram aprovadas estão: Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Universidade Federal de Mato Grosso, Universidade Federal de Santa Catarina e Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

"No primeiro dia, eu coloquei duas universidades. Aí, quando eu coloquei o resultado, não tinha passado em nenhuma das duas. Quando fui olhar as outras universidades, eu tinha passado em muitas. Isso foi muito bom, porque a gente pôde escolher para onde a gente vai", conta Sarah.

Por outro lado, Samyra recorda que antes desta vitória, ela e sua irmã foram reprovadas em outros testes no ano passado, com mal desempenho no Enem, no qual suas notas não foram das melhores na primeira tentativa. Além da tradicional complexidade da prova, a estudante afirma que a maior dificuldade veio do momento conturbado na educação em virtude da pandemia de covid-19.

"Foi muito difícil, foi o ano em que o Enem aconteceu em janeiro e o Sisu abriu em abril, então as universidades tiveram pouquíssimas vagas e notas de corte absurdas", explicou.

Rotina de estudos e emoção de mãe

Quando decidiram tentar novamente, as irmãs se esforçaram ainda mais para ficarem à altura do desafio. Então, estabeleceram uma rotina de estudos de mais de 10 horas por dia, tendo sempre em mente o sonho de se tornarem médicas formadas por uma faculdade pública.

"Um curso com 50% desconto era R$ 5 mil a mensalidade, então eu não tinha outra forma", disse Sarah.

Diante da elevada concorrência, os pais das gêmeas confessaram que, no início, ficaram bastante inseguros quanto à aprovação das filhas. Mas, depois de testemunharem tanta dedicação, tiveram certeza de que seriam vitoriosas.

"Não tinha dúvida nenhuma, porque quando a gente quer, a gente alcança. Elas nasceram com um minuto de diferença e passaram por um centésimo de diferença, em segundo e terceiro lugar. Lembrei disso na hora, e não tem como a gente não lembrar", disse a mãe das estudantes, Flávia Aramuni.

Agora que o sonho se tornou realidade, as irmãs se preparam para a mudança para o Rio de Janeiro e para o momento de despedida da família. "Vai ser um momento que vai trazer muito ensinamento para elas e muitas alegrias para nós", declarou o pai, Joaquim José Aramuni.