Aluno do ensino médio cria equipamento de R$ 250 para prever deslizamentos

O que começou como uma provocação de um professor sobre "problemas ambientais" se tornou um projeto estruturado do estudante Lucas Hadlich Camargo, 17, para informar sobre o risco de deslizamento.

Comecei a procurar sobre o tema, achei um sistema que foi a base para criação do meu. Depois comecei a fazer outras pesquisas, ver imagens e que as pessoas morriam por isso, aí virou uma questão pessoal."
Lucas Hadlich Camargo Sampaio, estudante

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A ideia do equipamento criado por ele é evitar que casos como de São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, se repitam. No início do mês passado, a cidade recebeu mais de 600 mm de chuva e os deslizamentos deixaram mais de 60 mortos.

Lucas é estudante do 3º ano do ensino médio do Colégio Dante Alighieri e afirma que seu objetivo com o projeto é "tentar salvar vidas".

Segundo o estudante, o equipamento tem diversos sensores que medem a umidade do solo. "Quando chove a umidade do solo aumenta, ele começa a ser menos coeso e acabando tendo vibrações", explica.

A partir disso, o equipamento consegue enviar mensagens para moradores de áreas de risco informando sobre a situação. Para isso, são usadas três escalas diferentes de avisos: sem risco de deslizamento, perigo e extremamente perigoso —esse último com alerta para deixar o imóvel.

"O protótipo do Lucas é completamente constituído por materiais de baixo custo. A estrutura externa do protótipo é toda feita com canos de PVC", explica o orientador do projeto, professor Wayner Klen.

Possui um valor agregado de menos de R$ 250 por unidade, sendo assim, uma proposta viável para o monitoramento de deslizamento até mesmo nas regiões menos abastadas das cidades."
Wayner Klen, professor e orientador do programa cientista aprendiz

Agora, o estudante pretende agora concluir o projeto fazendo testes em áreas de risco —outras simulações já foram feitas pelos computadores. Para ajudar nessa etapa, o estudante já fez até mesmo uma reunião com a Defesa Civil de São Paulo.

Representantes do CRT-SP (Conselho Regional dos Técnicos Industriais do Estado de São Paulo) conheceram o trabalho de Lucas durante a Mostratec (Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia). Ele foi premiado no evento após apresentar o trabalho durante uma feira de ciências em seu colégio.

Lucas se prepara agora também para a Isef (International Science and Engineering Fair), que acontece em Dallas, nos Estados Unidos, em maio deste ano.

Sinto orgulho. Quero terminar meu 3º ano com o trabalho implementado, sabendo que ele está lá [nas áreas de risco] e que pode ajudar os outros."
Lucas Hadlich Camargo Sampaio, estudante