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Dia do Abraço é hoje: conheça a história (um pouco triste) por trás da data

Juan Mann é creditado como criador do movimento que levou ao Dia do Abraço - Reprodução
Juan Mann é creditado como criador do movimento que levou ao Dia do Abraço Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

22/05/2023 12h27Atualizada em 22/05/2023 12h27

O Dia do Abraço é comemorado todo dia 22 de maio no Brasil, mas remete a uma campanha de "free hugs" (abraços grátis) iniciada na Austrália e que, diferentemente da sua intenção, acabou até em detenção.

O australiano Juan Mann sentia que o mundo estava distante e individualista. Em 2004, ele resolveu espalhar abraços para desconhecidos em um shopping de Sydney, como forma de quebrar barreiras emocionais e fortalecer os laços entre as pessoas.

Segundo o The Guardian, Mann estava em crise: seus pais haviam se divorciado, seu noivado foi interrompido por sua amada e sua visão de mundo era de que estamos em uma sociedade orientada pelas máquinas.

O australiano escreveu um cartaz anunciando seus abraços gratuitos. Ele precisou de 15 minutos de espera para que uma senhora viesse até ele de braços erguidos. Ela tinha perdido seu cão e quebrou o gelo de outros frequentadores do local, que passaram a aceitar os abraços de Mann.

O movimento se tornou global quando uma pessoa editou um vídeo para o australiano, que viralizou no YouTube, tornando Mann um astro global.

A história feliz durou pouco. Mann sumiu. Segundo o The Guardian, ele ficou recluso ao não receber nada dos ganhos do vídeo, lançado como uma música do Sick Puppies, banda de Shimon Moore.

"A gente teve uma briga por causa de grana. Ele contratou advogados e mudou quando ficou famoso", afirmou Moore. "É uma pena, mas pelo menos a causa virou maior que apenas uma pessoa."

A data do Dia do Abraço varia de país para país. O primeiro dia da campanha de Mann foi 30 de junho de 2004.

Benefícios do abraço

Em tempos pós-pandemia, a falta de um abraço é algo com que muita gente pode se identificar. Tanto por fatores biológicos como psicológicos, a privação do abraço pode reforçar estados de depressão e de ansiedade, o que tende a afetar negativamente o nosso sono e a nossa alimentação.

Do ponto de vista biológico, o abraço está associado à produção de hormônios que nos causam sensação de bem-estar, como a ocitocina. No nível social, o abraço indica intimidade, cuidado e remete aos primatas, que catavam bichos dos pelos uns dos outros. O toque, muitas vezes, diz até mais do que a comunicação oral.