PR diz que assumirá escola cívico-militar de Bolsonaro em programa estadual
O governo do Paraná diz que vai incluir as 12 escolas cívico-militares ligadas ao governo federal em um programa do estado.
O que aconteceu
A decisão foi tomada após o governo Lula (PT) decidir encerrar o Pecim (Programa de Escolas Cívico-Militares). O Paraná já conta com um programa próprio com escolas nesse modelo.
Atualmente, o estado tem 194 colégios cívico-militares. "A Seed-PR [Secretaria de Educação e Esporte do Paraná] irá trabalhar para migrar os 12 colégios do modelo federal para o estadual", informa nota enviada ao UOL.
O estado é governado por Ratinho Júnior (PSD), que é aliado de Jair Bolsonaro (PL). Em 2020, durante seu primeiro mandato, ele sancionou uma lei que cria os "colégios cívico-militares do estado do Paraná".
O programa estadual segue quase a mesma estrutura do projeto criado pelo ex-presidente. A gestão é compartilhada entre educadores e policiais militares —no caso do Pecim, militares das Forças Armadas que atuam.
Antes do MEC dar fim ao Pecim, o governo de Goiás já havia incorporado sete escolas do programa federal à gestão do estado.
Os programas são semelhantes, a migração ficará mais no sentido dos militares que atuam nelas."
Secretaria de Educação do Paraná
Santa Catarina quer criar programa
O governo de Jorginho Mello (PL) diz que estuda dar continuidade ao modelo com "recursos próprios". Procurada pelo UOL, a Secretaria de Educação afirmou que "reconhece a importância" das escolas cívico-militares.
São nove colégios que fazem parte do Pecim. As atividades neles vão ocorrer até o final do ano, informou a pasta.
Pecim será encerrado até o final do ano
A decisão foi divulgada aos secretários de Educação por meio de um ofício, que orienta as pastas a iniciarem "um processo de desmobilização do pessoal das Forças Armadas".
No documento, o MEC pede aos secretários que a transição seja cuidadosa para não atrapalhar o "cotidiano das escolas e as conquistas de organização que foram mobilizadas pelo programa".
O Pecim é formado por mais de 200 escolas públicas. O modelo existe no país desde os anos 1990, mas foi turbinado no governo Bolsonaro como uma promessa de campanha.
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