Pergunta de R$ 1 mi 'sem' resposta: data da fundação de Roma não é consenso

Neste domingo (5), Luciano Huck finalmente fez a aguardada pergunta que valia R$ 1 milhão no quadro "Quem quer ser um milionário?". No entanto, o cientista de computação Arthur Abrantes errou a questão e levou para casa R$ 300 mil. A resposta considerada correta pelo "Domingão", no entanto, não é uma unanimidade entre especialistas.
Primeiro brasileiro negro a conseguir se formar na graduação de Harvard, nos Estados Unidos, Abrantes precisou escolher a alternativa correta sobre as cidades que foram fundadas no dia 21 de abril. A opção apontada como correta foi a que tinha Brasília e Roma.
Pelos cálculos do historiador romano Marcos Terêncio Varro (116 a.C. - 27 a.C.), Roma teria sido fundada em 21 de abril de 753 a.C. Para chegar a essa data, ele levou em consideração a lenda de Rômulo e Remo. A data, chamada de "Natal de Roma", é comemorada como o aniversário oficial da capital italiana.
Alguns arqueólogos, porém, contestam essa hipótese, alegando que Roma foi fundada no ano de 600 a.C. Estudos apontam que a cidade teria sido resultado da fusão de pequenos povoados latinos e sabinos do Palatino. O nome "Roma" veio dos etruscos, um povo de origem desconhecida que desapareceu na história, deixando rastros enigmáticos de sua cultura, religião e legislação no Império Romano.
Os arqueólogos encontraram marcas dos etruscos nas técnicas de urbanismo e canalização. Os romanos se livraram do domínio etrusco e expandiram sua influência em várias regiões. Em 509 a.C., a monarquia foi derrubada e a República foi instaurada.
Roma passou por seis séculos de expansão territorial, formando um império ainda maior do que o de Alexandre, o Grande. Em 476, Roma foi tomada pelos germanos e ficou sendo conhecida como a "cidade eterna". Até hoje, novos detalhes do passado da cidade são revelados em escavações e obras.
A lenda de Rômulo e Remo
Para considerar que fundação de Roma aconteceu em 21 de abril de 753 a.C., é necessário levar em consideração a mitologia. Conta a lenda que Eneias, filho do rei de Troia e da deusa Vênus, fugiu de sua cidade durante uma batalha. Acompanhado de alguns homens, seguiu para a península itálica, onde seu filho Ascânio iniciou um povoamento chamado Alba Longa.
Dois descendentes de Eneias - Numitor e Amúlio - apareceriam mais tarde em relatos sobre a criação de Roma. A lenda continua: ao morrer, Sílvio Procas, duodécimo rei de Alba Longa, teria deixado dois filhos. O mais moço, Amúlio, apoderou-se do trono, preterindo Numitor, seu irmão mais velho. Para garantir o reinado de seus descendentes, matou Lauso, filho de Numitor, e obrigou sua sobrinha, Reia Sílvia, a jurar castidade.
Contudo, Marte, o deus da guerra, tornou Reia Sílvia mãe dos gêmeos Rômulo e Remo. Quando Amúlio soube disso, condenou Reia Sílvia à morte e ordenou que os dois recém-nascidos fossem lançados numa cesta ao rio Tibre. Arrastadas pela correnteza, as crianças teriam sido encontradas na base do monte Palatino por uma loba, que passou a amamentá-los. Nos rastros da loba, pastores da vizinhança encontraram os gêmeos e se encarregaram de criá-los.
Mais tarde, Rômulo e Remo foram levados à presença do solitário Numitor, que reconheceu seus netos e lhes contou a desonra. Num ato de vingança, eles tomaram o palácio de Alba Longa, mataram o rei Amúlio e coroaram novamente o avô Numitor. Em sinal de gratidão, receberam a autorização para fundar uma cidade no local em que haviam sido abandonados.
Por vontade dos deuses, o povoado, logo cercado de muralhas, foi batizado Roma. Remo zombou do fosso de defesa aberto ao longo da muralha e foi morto pelo furioso Rômulo. Ambicioso em seus projetos, este começou a povoar a cidade com pastores, bandidos, escravizados fugitivos e aventureiros.
(*) Com informações da DW.
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.