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Segundo dia de Enem tem questão anulada e estabilidade na abstenção: 32%

O segundo dia de provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2023 teve abstenção de 32% dos candidatos, segundo o Ministério da Educação. O número representa estabilidade em relação ao ano passado (32,1%). O índice geral, contando os dois domingos de prova, não foi compilado.

O gabarito oficial do Enem será divulgado na próxima terça-feira (14). A previsão inicial era 24 de novembro. As notas dos candidatos serão conhecidas em 16 de janeiro.

Questões repetidas

As provas de hoje trazem mais uma polêmica para o histórico do Enem porque tiveram duas questões repetidas. Em entrevista à imprensa, o presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), Manuel Palacios, informou que uma das perguntas será anulada, como aconteceu em edições anteriores.

A questão anulada, sobre a gripe H1N1, foi feita no Enem de 2010 para pessoas privadas de liberdade. Desta vez, ela surgiu como a questão 117 do caderno amarelo.

Houve uma questão anulada porque ela já foi utilizada numa prova em 2010. Infelizmente, isso implica em um item a menos na avaliação de matemática.
Manuel Palacios, presidente do Inep

A outra pergunta, que não foi anulada, é mais antiga, de 2003. Ela apareceu em um vestibular da Universidade Estadual de Goiás. A questão sobre padrão de contagem de um povo indígena estava como a pergunta 168 da prova amarela.

O ministro afirmou que espera abrir edital para professores elaborarem novas perguntas para o Enem. A medida é considerada importante porque o estoque do banco de questões está em um nível baixo.

Vazamentos e aumento de segurança

Neste segundo domingo de provas, o Inep reforçou a segurança e o monitoramento das redes sociais por causa de vazamentos. A medida é uma reação à suspeita de que, na semana passada, trechos do Enem circularam no WhatsApp antes do final da prova.

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Ainda assim, o problema se repetiu. O ministro da Educação revelou que, por volta das 17h, portanto antes do encerramento, imagens da prova foram detectadas. Elas também circularam em grupos de WhatsApp, segundo o Inep. Camilo Santana declarou que acionou a Polícia Federal outra vez.

Ele alegou que nenhum candidato foi prejudicado porque ninguém teve acesso às questões antes da prova, uma vez que a descoberta ocorreu quando os estudantes já estavam na sala fazendo a prova.

Não há nenhum prejuízo do ponto porque não houve nenhuma confirmação de vazamento antes do início da prova.
Camilo Santana

A Polícia Federal já tem suspeitos identificados. Eles estariam envolvidos com os casos registrados no domingo da semana passada.

Já foram identificadas oito pessoas que divulgaram imagens dos cadernos de questões depois do início das provas no primeiro domingo do exame.
Trecho de nota do MEC

Prova com dificuldade esperada

Matemática e ciências da natureza fizeram parte do segundo dia de provas. Foram abordados temas como covid-19, agrotóxicos e práticas esportivas.

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A prova foi considerada de nível de dificuldade dentro do esperado, comentaram professores. Coordenadora Pedagógica do Curso Objetivo, Vera Antunes elogiou os textos claros e curtos.

Os personagens Cascão e Cebolinha apareceram em uma questão de física. Ambos surgiram travando conversa por meio de um telefone improvisado usando barbante, o que serviu para abordar noções de ondas sonoras.

Críticas ao Enem

Enem deste ano recebeu críticas de que teria adotado cunho ideológico. As reclamações partiram de deputados ligados ao agronegócio. O mesmo aconteceu em edições anteriores.

A FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária) pediu a anulação de três questões por considerar que eram de "cunho ideológico e sem critério científico ou acadêmico". Todas foram feitas no domingo passado, primeiro dia de provas.

As críticas foram dirigidas a enunciados de perguntas conterem termos como "super exploração dos trabalhadores" e "chuvas de veneno" por causa de agrotóxicos. Houve repercussões políticas diante do levante dos deputados e senadores do agro.

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A bancada ruralista tem mais de 300 parlamentares e aprovou a convocação do ministro da Educação, Camilo Santana, para dar explicações na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados. Ele é acusado de perseguição ao agronegócio e politização do Enem.

O presidente da FPA comentou a situação nas redes sociais e aproveitou para alfinetar o ministro.

O presidente do Inep negou as alegações. Manuel Palácios declarou que as respostas corretas não dependem da visão de mundo ou opinião dos estudantes. Acrescentou que o edital que contratou os professores que formularam as questões ocorreu em 2020, durante o governo Jair Bolsonaro (PL).

Elogios ao Enem

O tema da redação foi elogiado por entidades e parlamentares alinhados ao governo Lula (PT). Os estudantes precisaram refletir sobre os "desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil."

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A presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), declarou que o tema chamou atenção para a desigualdade que as mulheres enfrentam.

A primeira-dama Janja da Silva e a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, também elogiaram a escolha nas redes sociais.

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