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Ato de estudantes acaba em confronto com a PM no centro de São Paulo

Em São Paulo

19/05/2016 08h53

Após a liberação da última escola técnica de São Paulo ocupada, alunos da USP, estudantes de escolas técnicas e secundaristas fizeram na quarta-feira, 18, um protesto unificado no centro da capital que terminou em confronto com a polícia. O ato contra os cortes de verbas na educação do Estado e pela investigação de denúncias envolvendo desvio de recursos da merenda escolar começou às 17 horas na Avenida Paulista. Na sequência, o grupo - de 2 mil pessoas, segundo os organizadores - marchou na direção da Praça da República, onde fica a Secretaria da Educação.

Por volta das 21 horas, na altura do Edifício Copan, teve início o confronto. De acordo com a Rádio CBN, policiais militares tentavam revistar um dos manifestantes quando começou a confusão. A polícia usou spray de pimenta e cassetetes e os estudantes revidaram soltando rojões, na esquina da Avenida Ipiranga com a Praça da República. Pelo menos seis estudantes foram detidos.

A fotógrafa Gabriela Biló, do jornal O Estado de S. Paulo, relatou que um policial tentou arrancar sua câmera e, em seguida, recebeu um jato de spray de pimenta no rosto. "Foi no momento em que um estudante foi preso e a polícia formou um cordão em volta dele", contou.

O fotógrafo André Lucas Almeida, da agência Futura Press, também sofreu com spray de pimenta e golpes de cassetete e teve seu notebook quebrado por PMs. "Os policiais começaram a agredir todo mundo a esmo." Nenhum representante da Secretaria da Segurança foi encontrado para falar sobre o assunto na noite de quarta-feira.

Desocupação e CPI

A última Etec foi desocupada por estudantes na terça-feira, 17. Segundo o Centro Paula Souza, a Etec Abdias do Nascimento, em Paraisópolis, zona sul de São Paulo, foi liberada voluntariamente. Na quarta-feira, houve vistoria e as aulas ficaram suspensas.

Já o pedido de uma CPI da Merenda passou nas comissões temáticas da Assembleia e agora precisará ser aprovado por pelo menos 48 deputados no plenário da Casa. A votação deve ocorrer na terça.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.