Matemático usa smartphone para ensinar analfabetos a ler e a escrever em SP
Quando você coloca um smartphone na mão deles, a autoestima melhora muito e a evasão se torna baixa
JOSÉ LUÍS POLI, coordenador do PalmaUm grupo de 240 pessoas que vivem em oito cidades do interior paulista está aprendendo a ler e a escrever com o uso de smartphones dentro e fora da sala de aula.
Batizado de Palma (Programa de Alfabetização na Língua Materna), o projeto piloto afirma ter obtido resultados animadores ao adotar os aparelhos como instrumento complementar ao conteúdo dado nas aulas presenciais. A redução da evasão alcança taxas entre 50% e 100%.
Os estudantes são jovens a partir dos 15 anos e adultos que moram em Araras, Campinas, Franca, Itatiba, Leni, Ourinhos, Pirassununga e Santos. Pelo celular, as turmas resolvem exercícios, participam de jogos educativos e fazem as lições de casa.
O software desenvolvido pela equipe do matemático José Luis Poli, 56, coordenador do Palma, é também programado para avaliar o rendimento dos alunos, sendo capaz de identificar se um deles pode passar ou não para a etapa seguinte, mais avançada. As primeiras turmas se formam ainda neste ano.
"Diariamente, os alunos têm 40 minutos de atividades para serem feitas pelo smartphone. O tempo restante é de aula com um professor. A gente permite que os estudantes levem o aparelho para casa e façam as lições", explica Poli.
Para 2013, o matemático pensa em ampliar o número de beneficiados, disponibilizando o serviço para 5 mil pessoas. Hoje existem 12,9 milhões de analfabetos com 15 anos ou mais no Brasil, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Entraves
O potencial do celular no ensino a distância é promissor. O setor da telefonia móvel no Brasil cresce de forma contínua a cada ano. Para termos de comparação, havia 257,9 milhões de linhas habilitadas em agosto, de acordo com a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).
Uma tendência relativamente nova, a adoção do smartphone para fins educativos esbarra, porém, em alguns obstáculos, como a maior penetração do celular nos Estados ricos e menor nos mais pobres. Além disso, há muita resistência entre os professores, que se intimidam com o fato de não saberem mexer no aparelho.
“Depende também da orientação das instituições de ensino a qual ele pertence. Se a diretoria incentiva o uso do smartphone em sala de aula ou não”, explica o professor de novas tecnologias de Educação do Senac-Campos de Jordão, André Genesini, 41 anos. “Mas, ao ter contato com o celular, essa resistência vai diminuindo. É a tendência do futuro”, acrescenta.
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