Topo

Pai faz BO contra professora que postou prova corrigida no Facebook

Eduardo Schiavioni

Do UOL, em Americana (SP)

12/04/2013 20h05

A Polícia Civil de Atibaia investiga a professora de história Beatriz Cristina Albertini, que leciona em uma escola particular da cidade, por ter divulgado uma prova feita por uma de suas alunas, de 12 anos, na rede social Facebook. No documento, que já tinha sido corrigido, ela desdenhou das respostas incorretas da jovem.

De acordo com a polícia, a professora pode ter infringido o artigo 232 do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), por submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento. Se condenada, ela pode pegar até dois anos de detenção.

Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo), o empresário Alex Bueno, pai da menina, registrou o boletim de ocorrência na manhã de hoje, depois de ser alertado pela filha sobre o assunto. O pai também pretende processar a professora civilmente, com pedido de indenização, por ter, na visão dele, exposto a criança à humilhação.

Segundo relato de Bueno à polícia, Beatriz colocou a prova na página de relacionamento social, já depois de corrigida, e postou comentários. Nas respostas que não estavam certas, ela marcou um  "x" vermelho, e escreveu: "para de copiar as perguntas como se fossem respostas! Eu escrevi isso, você não vai me convencer!".

A prova da estudante com as correções e comentários da professora foi postada no Facebook na quarta-feira, antes de ter sido entregue aos alunos. No dia seguinte, diante dos comentários gerados entre os alunos, a professora modificou a página. O conteúdo, no entanto, já tinha sido copiado por pais e demais usuários da rede, sendo, inclusive, reproduzido em outras páginas do Facebook.

Comentários

Em prova de outros alunos, que não foram identificados pelo pai que registrou a ocorrência, havia comentários como "daí a professora é implicante" e "eles que me aguardem na próxima aula". O pai também informou que pretende processar não somente a professora, mas também a escola, que não teve seu nome divulgado.

O próximo passo da polícia será colher o depoimento de Beatriz. A reportagem tentou contato tanto com a professora e como o pai da criança, mas não obteve retorno. Em mensagem divulgada no próprio Facebook, Beatriz afirmou que a publicação de erros dos alunos é comum e servem para avaliar o nível de ensino, além de ressaltar que não divulgou a identidade de nenhum deles. Apesar disso, o pai da aluna afirmou que colegas da filha reconheceram a autoria da prova por conta da letra.