4 em cada 10 docentes já sofreram violência na escola em SP, diz sindicato
No Estado de São Paulo, quatro em cada dez professores da rede estadual já sofreram algum tipo de violência na escola (44%), segundo pesquisa realizada pela Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) e o Instituto Data Popular.
A pesquisa "Violência nas escolas: O olhar dos professores" entrevistou 1.400 docentes da rede estadual em 167 cidade paulistas. Os resultados foram apresentados na manhã desta quinta-feira (9).
Professores presenciaram
72%
viram alunos brigando
62%
foram xingados
35%
foram ameaçados
por algum estudante
35%
tiveram bem pessoal
danificado por aluno
24%
foram roubados
ou furtados
De acordo com a pesquisa, 57% dos professores consideram as escolas em que atuam um espaço violento. A situação é ainda pior na periferia, onde 63% dos docentes consideram a escola violenta.
Dos entrevistados, 36% não se sentem seguros no entorno da escola em que trabalham. "Os professores já chegam para trabalhar em um ambiente em que não se sentem seguros. Quanto mais afastado do centro, maior a sensação de insegurança", afirmou Renato Meirelles, sócio-diretor do Data Popular. Dentro da escola, 18% dos professores disseram não se sentirem seguros.
A violência verbal é a mais comum. O aluno é o principal agressor e a principal vítima, segundo os professores. 72% dos professores entrevistados afirmam já terem presenciado alunos brigando; 62% já foram xingados por alunos; 57% viram alunos se ameaçando; 35% foram ameaçados por alunos; 35% já tiveram algum bem pessoal danificado por aluno; e 24% já foram roubados ou furtados dentro da escola.
Drogas
A presença das drogas dentro da escola também apareceu como mostra da violência no ambiente escolar. 42% dos professores entrevistados disseram ter presenciado alunos sob o efeito de drogas dentro da escola. 29% deles afirmaram haver tráfico de drogas dentro da instituição em que atuam.
"Já sabíamos que a situação era grave, mas agora os números mostram o problema. É preciso levar a família para dentro da escola e uma atuação mais firme do governo", afirmou Maria Izabel Azevedo Noronha, presidente da Apeoesp. "O professor não sabe lidar com o problema das drogas, por exemplo. É necessária a contratação de profissionais, como psicólogos e orientadores, para ajudarem nessa situação."
Combate à violência
Como modo de solução do problema, a pesquisa apontou que programas de combate à violência dentro da escola têm surtido efeito. Nas escolas que têm algum programa 59% dos professores nunca sofreu agressões verbais ou físicas; naquelas que não têm ou tiveram campanhas de combate à violência, o número cai para 49% dos professores.
No entanto quatro em cada dez escolas não têm trabalhos do tipo. "Um dos caminhos efetivos é envolver a comunidade em um programa contra a violência. É preciso reunir, professores, alunos, pais de alunos e o governo para combater essa epidemia", apontou Meirelles.
O supervisor do sistema de proteção escolar da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, Felippe Angeli, informou que a pasta conta com um sistema de proteção escolar desde 2009. O sistema atua principalmente em dois eixos: aspectos de segurança pública e mediação de conflitos e trabalhos de articulação.
Angeli destacou o projeto do professor mediador, que já conta com aproximadamente 2.700 docentes. O mediador passa por formação obrigatória e atua em projetos relacionados à escola, como prevenção e combate ao bullying e integração da família ao ambiente escolar. O supervisor também destacou o trabalho de um oficial da PM (Polícia Militar) que assessora diretamente o secretário de Educação e está mais vinculado à ronda escolar.
Segundo ele, a pesquisa realizada pela Apeoesp mostra "a necessidade de todos os atores envolvidos [professores, alunos, família] conheceram as questões para juntos encontrarem soluções para o problema".
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.