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Mestrados semipresenciais beneficiam docentes da rede pública

Após obter o título de mestre pelo Profmat, a professora Raquel Bodart ampliou sua área de atuação. Além das aulas de matemática no IFTM (foto), ela participa de atividades para melhoria do ensino na rede pública - Arquivo pessoal
Após obter o título de mestre pelo Profmat, a professora Raquel Bodart ampliou sua área de atuação. Além das aulas de matemática no IFTM (foto), ela participa de atividades para melhoria do ensino na rede pública Imagem: Arquivo pessoal

Cláudia Emi Izumi

Do UOL, em São Paulo

12/07/2013 06h00

Os professores da rede pública de ensino contam com dois mestrados profissionalizantes stricto sensu, com aulas no formato semipresencial e abrangência nacional. Os mestrados em letras e matemática são pioneiros no gênero e ambos são gratuitos.

Com dois anos de duração, o Profmat é dirigido aos docentes de matemática, que podem continuar lecionando enquanto cursam o mestrado. As primeiras turmas concluíram o programa em abril/maio, sendo 405 formados que obtiveram a titulação de mestres. Em julho/agosto próximos, serão mais 500. 

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    Júlio Cezar Marinho da Fonseca percorreu 420 quilômetros para estar nas aulas presenciais do mestrado profissionalizante em matemática, curso que foi concluído em 2013

Além de um acréscimo salarial após ter concluído o Profmat neste ano, a professora Raquel Oliveira Bodart, 38, também encontrou motivação extra para se engajar em novos projetos de matemática.

O Profmat prioriza 80% das vagas para os professores que já lecionam na rede pública e o restante para quem tem uma graduação, explica Marcelo Viana, da SBM (Sociedade Brasileira de Matemática), responsável pelo programa.

Há várias instituições de ensino envolvidas, mas, em geral, as aulas presenciais ocorrem em um dia da semana, que pode ser na sexta, no sábado ou no domingo, dependendo da disponibilidade dos discentes. Durante um mês, também é realizado um intensivo presencial, no período de verão, para que as aulas do mestrado não interfiram na atividade regular do professor.

Os discentes podem ainda pedir auxílio financeiro a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), cuja bolsa de estudo é de R$ 1.500.

“A bolsa permite que os professores abram mão de alguns empregos para dar continuidade ao mestrado”, explica Viana, “mas eles não podem se desligar do trabalhão realizado na rede pública”.

O professor Júlio Cezar Marinho da Fonseca, 28, calcula que gastava, em média, R$ 450 com cada viagem semanal entre a sua cidade Parintins e a do polo de ensino em Manaus. “A bolsa de estudo, que na época era de R$ 1.350, não dava para todas as passagens, mas se não tivesse o benefício, não conseguiria terminar o mestrado.”

As atividades a distância são realizadas pelo sistema Moodle e podem ser acessadas de qualquer lugar, inclusive nos polos presenciais do programa. A medida é necessária para cobrir o déficit em regiões do Brasil onde o acesso à internet é extremamente precário.

Na próxima seleção, em agosto, são estimadas 1.500 vagas em 69 polos de ensino.

Letras

Com duração de dois anos, o Profletras é voltado a professores de língua portuguesa da rede pública e também utiliza o sistema Moodle para atividades a distância.

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    Após obter o título de mestre pelo Profmat, a professora Raquel Oliveira Bodart ampliou sua área de atuação

O programa tem como diferencial estabelecer a área de concentração de estudo dos mestrandos em Linguagens e Letramentos, que cobre duas linhas de pesquisa – uma delas é teoria da Linguagem e Ensino e a outra, Leitura e Produção Textual: diversidade social e práticas docentes.

As provas de admissão para a formação das primeiras turmas estão em andamento, sendo exigido dos candidatos que eles tenham curso superior de licenciatura em letras, habilitação em português, além de ser professor e estar lecionando em escolas públicas, nível fundamental (1º ao 9º anos), de forma permanente.

Há 12.478 professores de português concorrendo a 854 vagas oferecidas em todo o Brasil. Serão 34 instituições de ensino federais e estaduais, totalizando 39 polos no país.

“O curso tem que capitanear os polos de ensino no interior do Brasil para capacitar os professores de língua portuguesa em nível nacional”, diz a coordenadora do Profletras, Maria das Graças Soares Rodrigues.

A Capes ainda não anunciou se destinará bolsas de estudo para o Profletras nos mesmos moldes do Profmat. “A promessa é que teremos esse auxílio financeiro para oferecer aos discentes”, diz a pró-reitora de pós-graduação da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), Edna Maria da Silva, responsável pelo programa.