Sem parceria, 'CEU italiano' mantém cozinha industrial fechada
Criado no espaço de uma antiga chácara, o CEU Campo Limpo, na zona sul de São Paulo, foi inaugurado em abril de 2004 e chegou a ser chamado de “CEU italiano”. À época, a prefeitura firmou parcerias para oferecer aulas de italiano e um curso de gastronomia, mas as atividades foram interrompidas e a cozinha industrial está fechada.
Por um ano, o Grupo Mancini, que possui vários restaurantes de cozinha italiana em São Paulo, pagou uma professora que deu aulas gratuitamente para a comunidade. O projeto foi interrompido.
Depois que o projeto foi abandonado, a direção da escola fechou as portas da cozinha industrial, que permanece desativada até hoje. Quando foram inaugurados os primeiros CEUs em São Paulo, entre 2003 e 2004, a ideia era que esses espaços fossem utilizados para oferecer cursos para a comunidade.
A gestora do CEU, Terezinha Prado, que tomou posse em abril deste ano, não sabe quando nem o motivo para a interrupção do projeto. O Grupo Mancini diz que a parceria firmada em 2004 previa que o curso ocorresse por um ano e não soube informar por que não houve continuidade.
A gestora diz que estuda novas parcerias para retomar as aulas no local. “Pretendemos reativá-la o mais rápido possível e retomar os cursos de gastronomia”, afirma.
Além da parceria com a família Mancini, o CEU Campo Limpo teve um acordo com o Consulado da Itália para que fossem oferecidas aulas de italiano gratuitamente a professores da rede municipal de ensino. Os cursos ocorreram por alguns anos e também foram interrompidas.
Do conhecido “CEU italiano”, resta apenas uma festa típica realizada todos os anos, com comidas e apresentações abertas à comunidade.
Sobre os projetos paralisados, a Secretaria de Educação informou que pretende retomar as parcerias com consulados de outros países para voltar a oferecer aulas de línguas nos CEUs e disse que está mapeando as cozinhas industriais para montar projetos com a participação de empresas e do Senai (Sistema Nacional de Aprendizagem Industrial). O objetivo é que os espaços voltem a oferecer cursos profissionalizantes.
Jardins do CEU
Apesar da falta de continuidade de alguns projetos, o espaço é bem conservado e abriga uma significativa área verde, com jardins e árvores espalhados por vários pontos do CEU. Cerca de 500 funcionários terceirizados, distribuídos em vários turnos, fazem a manutenção e a segurança do espaço.
Com área verde, equipamento esportivo e um prédio educacional, trata-se de uma ilha de bem-estar no meio do retrato do crescimento rápido e desordenado da região. De acordo com a prefeitura, o distrito do Campo Limpo tem mais de 200 mil habitantes e cerca de 3.000 crianças esperam por vagas em creches.
“Eu gosto muito das professoras, da estrutura e da biblioteca. Acho que faz muita diferença a criança estudar em um espaço completo como esse. O problema é ter que esperar um ano e meio por uma vaga”, diz Juliana Garcia Fernandes, 27, mãe de uma aluna de três anos do CEU Campo Limpo.
No espaço, funcionam hoje três escolas – um CEI (Centro de Educação Infantil), uma Emei (Escola Municipal de Educação Infantil) e uma Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) – que atendem juntas mais de 2.300 crianças, adolescentes e alunos do EJA (Educação de Jovens e Adultos).
Além das salas de aula, o prédio educacional de três andares, tem telecentro (com cerca de 30 computadores) e biblioteca. O prédio passa por uma pequena reforma e ainda neste mês deve se tornar polo da UAB (Universidade Aberta do Brasil), um sistema de educação à distância, que deve atender preferencialmente os professores da rede municipal.
Atividades
Em outro prédio, estão o teatro para 450 pessoas, uma sala multiuso, uma academia de ginástica e salas de música, dança e artes. O CEU ainda possui uma pista de skate, um campo de futebol society e três piscinas.
Na programação de cursos, que abre inscrições todo o mês, há aulas de informática, natação, rugby, futsal, musculação, karatê, ginástica corretiva, hidroginástica e clube de caminhada, entre outros. Há ainda grupos de teatro, dança, música e artes visuais.
“O acesso às atividades do CEU é bacana e não é difícil conseguir um espaço na agenda para uma apresentação. Só acho que o CEU deveria propor mais eventos grandes, festivais de dança e teatro, para reunir a comunidade”, afirma Uashington dos Santos, 25, artista que mora na região.
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