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Ex-árbitro de futebol, Léo Feldman reclama de calote da Gama Filho

Ex-árbitro de futebol, Léo Feldman tem filha que estudava na Universidade Gama Filho - Zulmair Rocha/UOL
Ex-árbitro de futebol, Léo Feldman tem filha que estudava na Universidade Gama Filho Imagem: Zulmair Rocha/UOL

Giuliander Carpes

Do UOL, no Rio

12/02/2014 06h00

Durante sua carreira de árbitro de futebol, Léo Feldman enfrentou inúmeras dificuldades. Foi ameaçado pela torcida do Vasco por marcar uma falta para o Flamengo na final do Campeonato Carioca de 2001 - Petkovic bateu e fez o gol do título. Outra vez, em 1993, não deu um pênalti para o Grêmio contra o Santos, pelo Campeonato Brasileiro, em pleno Estádio Olímpico. Um diretor de futebol do time gaúcho invadiu o campo e desferiu um pontapé no juiz.

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Longe dos gramados há mais de 10 anos, o professor de educação física agora reclama que sofreu um calote da Universidade Gama Filho (UGF), descredenciada pelo Ministério da Educação (MEC) em janeiro. Sua filha estava no sexto período do curso de Medicina na instituição.

“Recebi o boleto para pagar a primeira mensalidade de 2014 e paguei. Agora minha filha não tem aula e nem faculdade tem mais”, afirma o ex-árbitro, que participou de um protesto dos alunos e funcionários da UGF e do Centro Universitário da Cidade (UniverCidade), na última quinta-feira (6), e até pintou o rosto.

Feldman afirma que a mensalidade custa cerca de R$ 4 mil, mas se sentiu no dever de pagar mesmo que a universidade já viesse passando por dificuldades financeiras, problemas com greves de funcionários e ameaça de descredenciamento.

“Se você tem um contrato de prestação de serviço, não pode dever. Senão fica difícil até de conseguir uma transferência para outra instituição. O problema é que agora estamos nesta situação de incerteza”, explica o ex-árbitro. Ele gostaria que o governo federal fizesse uma intervenção na Gama Filho.

A Galileo Educacional, mantenedora das duas instituições de ensino, recebeu ofício do MEC para que disponibilize as notas dos alunos até o fim do mês. No início da semana, a Justiça já havia determinado que fossem entregues para os alunos os documentos necessários para que eles providenciem transferência para outras universidades. O problema é que os funcionários da UGF e da UniverCidade estão em greve porque não recebem salários desde setembro.

O MEC publicou editais com regras para as instituições de ensino interessadas em receber os 12.569 alunos afetados pelo descredenciamento da UGF e da UniverCidade. As propostas deverão ser entregues até o próximo dia 13 de fevereiro e o prazo para o resultado da transferência é 10 de março. No entanto, os estudantes pedem que o governo federal assuma o controle das duas universidades. Eles entregaram para o MEC uma carta com assinaturas de toda a bancada de deputados federais do estado do Rio de Janeiro em apoio à proposta de federalização.