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Game online promete ajudar estudantes a escolher carreira

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Imagem: Reprodução

Andréia Martins

Do UOL, em São Paulo

28/03/2014 15h23

Escolher uma profissão para o resto da vida não é uma decisão simples. E escolher uma área de atuação hoje, não implica em excluir todas as outras no futuro.  Um game promete ajudar na decisão sobre qual curso superior escolher ou qual o melhor caminho para seguir na carreira. Os games “Escolha de Carreira”, voltado aos recém-formados, e “Escolha do Curso Superior”, destinado a estudantes que estão na fase do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), entram no ar pelo site Brasil Mais TI nos próximos meses.

Os jogos foram desenvolvidos em parceria com o professor João Brandão, da FGV (Fundação Getulio Vargas) e por meio de perguntas e respostas vai traçar um perfil de carreira do usuário, com base em suas habilidade e áreas de afinidade. O game está em fase final de testes e a expectativa é que esteja disponível ainda no primeiro semestre deste ano.

“Conversando com profissionais e 'coaches', percebemos que em muitos casos existe uma assimetria entre o que o estudante quer e o que o curso superior oferece. Por exemplo, muita gente acha que tem vocação para ser médico ou músico. Mas vocação não é um dom divino, é atração, interesse. O contraponto é a aptidão para fazer tal trabalho. Então com o game a gente quer que o estudante pense em qual é o seu interesse e se ele tem habilidade para fazer isso”, diz Brandão.

Para ele, a grande ajuda é mostrar para o estudante ou profissional que ele não deve aprender matemática porque é importante, mas porque será fundamental para a sua carreira no futuro. “Se ele não associar a habilidade à sua carreira, não adianta que ele não vai entender por que precisa aprender”, comenta o professor.

Embora tenha um público-alvo, o game estará disponível ao público em geral. No jogo, o usuário vai passar por quatro entrevistas: uma com um amigo, que vai perguntar questões gerais, depois com uma professora, que vai questioná-lo sobre suas disciplinas de interesse e seus conteúdos, em seguida com um recrutador, para que ele se prepare para futuras entrevistas de emprego ou estágio, e, por fim, uma entrevista com o espelho, ou seja, com ele mesmo. No final, com base nas respostas dadas, o jogo vai traçar um perfil de carreira do recém-formado ou do estudante.

“Se o profissional de TI [tecnologia da informação] descobrir que tem habilidades para a área de biológicas, por exemplo, isso não significa que ele tenha que mudar de área completamente. Ele pode ser astrônomo, trabalhar em administração pública, empreender. Nossa ideia é tirar rótulos. Quem faz engenharia não pode se ver apenas como engenheiro. Ele tem habilidades para outras funções também”, diz o professor.

Segundo Brandão, se há alguns anos os profissionais tinham longas carreiras nas empresas, hoje esse cenário prevê um tempo de vínculo menor e com os profissionais passando por diferentes funções.

“É muito difícil hoje pensar que o profissional que está em um cargo hoje vai estar na mesma empresa daqui a cinco, seis anos. Nesse tempo, o caminho dele muda, e ele e seus interesses também”.