SP: Particular dá até 50% de desconto para aluno de escola pública em greve
Na frente do Colégio Criação, na Vila Mangalot, em Pirituba, zona norte da capital paulista, uma faixa chama a atenção: “Alunos da rede pública de ensino, não fiquem sem estudar”. Na escola, alunos egressos de escolas estaduais e municipais passaram a ter um desconto de até 50% na mensalidade após o início da greve dos professores da rede estadual de São Paulo, deflagrada em 16 de março.
A proprietária e diretora da escola, Renata Zechi, explica que a instituição já desenvolvia uma política de inclusão de alunos de escolas públicas, oferecendo bolsas integrais e descontos de até 30%, mas que cerca de duas semanas após o início da greve passou a ser procurada por estudantes que, por problemas financeiros, foram transferidos para escolas estaduais no fim do último ano letivo. “Eles afirmaram que queriam voltar por estarem sem aula devido à greve, o que nos motivou a melhorar o desconto”, afirma.
Os alunos são oriundos das oito escolas estaduais da região, “todas paradas”, segundo a diretora, que diz apoiar a greve dos professores.
Renata explica que os estudantes precisam apresentar histórico escolar que confirme a origem de escola pública e comprovação de renda, o que determina o percentual de desconto. No total, 20 alunos egressos de escolas cujos professores aderiram à greve conseguiram o desconto desde que foi iniciada a “promoção”; cinco desses vieram após a colocação da faixa, na sexta-feira (8).
A mensalidade integral do ensino médio no Colégio custa em torno de R$700, num bairro que, segundo a dona da escola, é composto por moradores de faixa de renda A, que não coloca os filhos em escolas do bairro, e famílias de classe C, que matriculam os filhos na escola pública ou em escolas muito baratas. “Nós estamos num meio termo”, diz.
Até 50% de desconto
A técnica de enfermagem Janaina Battaglia, mãe da estudante Brenda Battaglia, 14, que está no 1º ano do ensino médio e recebeu um desconto de 20% nas mensalidades no Colégio Criação, diz ter tirado a filha da Escola Estadual Antônio Francisco Redondo “para que não ficasse sem o conteúdo das aulas”.
“A escola estava parada, o portão ficava aberto e a rua cheia de traficantes do bairro”, afirma Janaina. “Todo pai e toda mãe quer o melhor ensino para o seu filho, mas quem não pode pagar depende do que é oferecido pela escola pública.”
A reportagem visitou a Escola Estadual Antônio Francisco Redondo e foi informada pela diretoria haver uma “paralisação parcial” na instituição, apesar de a ter encontrado vazia.
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