Projeto leva esporte educacional e arte-educação para regiões com baixo IDH
Com o objetivo de levar a pedagogia do esporte e da arte para regiões brasileiras com baixos IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e IDI (Índice de Desenvolvimento da Infância), o projeto social Caravana do Esporte e Caravana das Artes esteve na cidade de Lábrea (701km de Manaus), sul do Amazonas, entre os dias 25 e 29 de setembro.
Durante a semana, oito mini estações esportivas e duas estações de arte e dança foram montadas para receber alunos da rede pública de ensino fundamental. Cerca de três mil estudantes visitaram a arena, segundo os organizadores do evento.
"Nós queremos é que todas essas modalidades [esportivas e artísticas] se mantenham para que essas crianças continuem aprendendo dessa forma e a próxima geração de crianças também. É inclusão social através do esporte e da arte”, afirmou German Hartenstein, gerente geral da ESPN no Brasil.
Formação de professores
“Vários estudos já foram feitos nessa área e nosso papel é propor uma metodologia composta por: inclusão de todos, educação integral, autonomia, diversidade e construção coletiva”, explicou Alexandre Arena, professor de educação física e coordenador pedagógico do projeto. “O basquete, por exemplo, tem cestas altas e cestas baixas de propósito e tudo é feito com material de baixo custo, como aros de bicicleta velha ou de moto. Neste caso, os tamanhos são diferentes, pois objetivo é que as crianças consigam encestar. Assim elas passam a se sentir capazes de superar desafios.”
Durante os quatro dias, cerca de 150 professores da rede pública participaram da formação em esporte educacional e arte-educação oferecida pelas caravanas. A secretaria de educação da cidade foi a responsável por selecionar os interessados em participar dos cursos.
“Nós oferecemos para eles formas simples e baratas de trabalhar com o esporte e com as artes. A ideia é que eles apliquem na prática o que foi aprendido durante a formação”, disse Arena.
“A arte potencializa a imaginação. Ela tira você do lugar comum. A arte lida com a curiosidade, com a experimentação. Com isso, ela pode contribuir com a mudança do meio em que vivemos, com a mudança das nossas histórias de vida”, complementou Ossimar Franco, graduado em música pela UFBA (Universidade Federal do Estado da Bahia) e professor da Caravana das Artes há oito anos.
Trajetória
O projeto surgiu em 2005 por meio de uma parceria entre o Instituto Esporte e Educação, da ex-jogadora de vôlei Ana Moser, do canal de TV ESPN e do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância - responsável pela seleção dos municípios que receberão a iniciativa). Três anos depois, o Instituto Mpumalanga passou a fazer parte e se tornou responsável pela Caravana das Artes. Em 2014, a Disney também passou a apoiar o projeto. Durante os dez anos de existência, 23 Estados e 104 municípios foram visitados pelas Caravanas.
Ao todo, dez eventos são feitos anualmente. Este ano, a iniciativa passou por Nazaré da Mata (PE), Porto da Folha (SE), União dos Palmares (AL), Pedra Azul (MG), Rio das Flores (RJ) e Lábrea (AM). A Caravana do Esporte conta com o apoio da Lei de Incentivo ao Esporte e a Caravana das Artes é incentivada pela Lei Rouanet do Ministério da Cultura.
“Toda caravana é uma oportunidade de aprendizado. Mas acredito que em Lábrea foi um grande marco para os dez anos da caravana. O encontro com a cultura indígena, com a natureza, com as crianças. Foi incrível”, concluiu Franco.
*A jornalista viajou à convite da Caravana do Esporte e da Caravana das Artes, projeto da ESPN em parceira com o Instituto Esporte e Educação, Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e Disney.
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