Ser "serial kisser" é comportamento promíscuo
As “ficadas” estão cada vez mais aceleradas – em que os adolescentes e jovens beijam vários e várias numa mesma noite de balada. É o chamado comportamento “serial kisser”, cuja tradução seria algo como beijoqueiro em série. Esse tipo de comportamento é uma promiscuidade, pois o interesse não está na qualidade do relacionamento, mas na quantidade de pessoas que ele (ou ela) conseguiu “abater” numa noite de caçada erótica...
Quando não cuidamos de nos preservar para o amor e o sexo saudável, estamos brincando com o perigo, estimulando a sexualidade sem controle. A troca frequente de parceiros não se caracteriza como saudável, pois é um estímulo para uma continuidade não saudável.
Isso é mais grave entre os mais jovens, que estão iniciando a vida sexual. Acredito ser precoce a permissão aos filhos que se divirtam sem conhecimentos ou responsabilidades sobre as suas consequências.
Relacionamentos que envolvam beijos, manipulações, fricções, atritos, enfim, quaisquer movimentos, que não precisam ser exatamente sobre os genitais, podem excitar sexualmente. Cada jovem terá que aprender a lidar com a erotização sem que com ela tenha que, obrigatoriamente, caminhar para sexualização.
Pela biologia, o corpo está sexualmente maduro quando a garota ovula – já aos 11 a 13 anos, e até antes em lugares praianos e quentes – e o “rapagote” quando produz espermatozoides – em geral aos 12 a 15 anos de idade. É como ganhar um carro sem saber dirigir: eles ganham um poder que se não aprenderem a usar cometerão acidentes, principalmente, a gravidez precoce. É preciso ensinar e não deixá-los soltos à própria sorte...
Não seria nada demais se o corpo não pedisse a consumação do ato sexual quando devidamente erotizado e sexualizado.
Do erótico ao sexual
Muitos pais não sabem o que fazer com seus filhos crianças e adolescentes, quando o assunto ou tema se refere a sexo.
Uma criança, ao tocar seus genitais, tem uma sensação física diferente da que sente ao tocar qualquer outra região do corpo. Ela já nasce com essa sensação, portanto faz parte da sua biologia. E é bom saber que tal sensação é provocada por uma graduação de estímulos que vão desde o simples encostar até o esfregar, passando pelo tocar, apalpar, mexer e friccionar.
Explico: encostar (pôr junto) é diferente de tocar (pôr a mão em algo ou alguém), que é diferente de apalpar (conhecer com as mãos), que é diferente de mexer (movimentar, provocar alterações), que é diferente de esfregar (provocar atrito). O erótico é um estado psicoafetivo e o sexual envolve os genitais.
A vida sexual saudável deve existir entre duas pessoas adultas que, já tendo independência financeira, autonomia comportamental e responsabilidade social, se amam e decidiram viver uma vida conjunta, arcando com todas as suas consequências.
Já a satisfação sexual pode ser absolutamente individual. Entretanto, por características culturais e educacionais o sexo e o amor nem sempre andam juntos.
Pensando no lado psicobiológico individual, uma criança pode, por curiosidade, tocar no seu próprio genital, apalpar, mexer e até brincar por prazer, sem nenhuma maldade, guiada simplesmente pela sensação. Enquanto não buscar o orgasmo, trata-se de manipulação genital e não é masturbação.
É na puberdade que acontece um tsunami hormonal. As meninas com o estrogênio (de mulher) e progesterona (de mãe). Os meninos com um só: testosterona, que vale para tudo!
Tais hormônios os favorecem a entrar no clima erótico, principalmente quando recebem estímulos dos que estão ao seu redor (pela convivência) e da sociedade (por tudo quanto é meio de comunicação).
Do erótico para o sexual é um pulo só. É como diz um velho, malicioso e machista ditado popular: “Fogo morro acima, água morro abaixo e fêmea no cio, ninguém segura”.
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