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Em greve, alunos da PUC-SP fazem assembleia e "festa da resistência" contra nova reitora

William Maia

Do UOL, em São Paulo

23/11/2012 19h52

Os alunos que aderiram à greve na PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica) convocaram nova assembleia geral para a noite desta sexta-feira (23) para discutir os rumos do movimento, que questiona a nomeação da professora Anna Cintra como a nova reitora da instituição.

Após a assembleia, que deve discutir a formulação de um manifesto contra a nova reitora, deve ocorrer no próprio campus da PUC, no bairro de Perdizes, uma “festa da resistência” para arrecadar fundos ao movimento, iniciado na última terça-feira (13) e que ganhou a adesão de professores e funcionários nesta semana.

Escolhida em lista tríplice pelo cardeal-arcebispo de São Paulo Dom Odilo Scherer, presidente da fundação que mantém a PUC, Anna Cintra foi a menos votada na eleição direta da universidade, o que contrariou a tradição de nomeação do mais votado, que vinha desde o fim dos anos 1970. Os grevistas defendem a posse do atual reitor, Dirceu de Mello, que venceu o pleito, mas enfrenta resistência da entidade mantenedora.

A greve também tem a adesão de alguns dos departamentos da PUC-SP. O conselho da Faculdade de Direito divulgou nota de apoio ao movimento e orientou apenas que os professores que dão aula aos alunos do 5º ano mantenham as atividades para não prejudicar a formatura. “A comunidade acadêmica não aceita esse resultado”, disse o professor Marcelo Figueiredo, diretor da Faculdade de Direito.

Segundo Figueiredo, houve uma “quebra do princípio da lealdade” por parte de Anna Cintra, que havia assinado um documento se comprometendo a só aceitar a nomeação caso fosse a mais votada, mas voltou atrás.

Por meio de nota, a Fundação São Paulo, que administra a PUC-SP, afirmou que os movimentos de greve são “isolados” e “não representam o interesse de toda comunidade universitária”. Ainda de acordo com a Fundação, a escolha de Dom Odilo Scherer, após consulta à comunidade universitária, respeita o estatuto da instituição.

Segundo os grevistas, o movimento teve a adesão dos departamentos de direito, economia, jornalismo, relações internacionais, história e geografia, enquanto outros cursos tiveram adesão parcial. Estão de fora da greve até o momento os cursos de artes do corpo, administração, medicina e teologia.