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UnB investiga agressão contra aluna em ato de homofobia; estudantes protestam

William Maia

Do UOL*, em São Paulo

22/02/2013 17h00Atualizada em 22/02/2013 17h12

A UnB (Universidade de Brasília) abriu uma sindicância para investigar o caso de uma aluna do 5º semestre do curso de agronomia que foi agredida na tarde da última segunda-feira (18). A estudante, que não teve seu nome divulgado, se dirigia ao carro no estacionamento da universidade quando foi empurrada no chão e atacada com socos e chutes por um homem, que a chamou de “lésbica nojenta”.

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  • Reprodução

    Centro acadêmico da UnB é pichado com frases homofóbicas

A jovem registrou boletim de ocorrência e o caso está sendo investigado pela 2ª Delegacia de Polícia do Distrito Federal, na Asa Norte, que já identificou um suspeito. Com a abertura da sindicância, a UnB promete entregar à polícia as imagens do circuito interno de vigilância para ajudar na identificação do criminoso. A comissão tem 30 dias para finalizar a investigação.

Após fazer o retrato falado do agressor na última quarta-feira (20), a estudante, acompanhada da mãe, foi até a reitoria da universidade para relatar o ataque. “Não consigo pensar, sair de casa. Estou com medo”, disse a jovem, emocionada. Ela ficou com hematomas no rosto e no corpo e teve que usar muletas, por ter enfaixado a perna esquerda e o braço direito.

Nesta sexta (22), um grupo de estudantes realizou um ato contra a homofobia na UnB. No início de janeiro, a universidade já havia enfrentado o assunto, quando paredes do centro acadêmico de direito foram pichadas com frases homofóbicas.

“Está havendo um crescimento dos casos de intolerância na UnB e a reitoria não está tomando as medidas necessárias para aumentar a segurança”, disse ao UOL Hyago Brayhan, estudante de serviço social e integrante do movimento LGBT na universidade. “Entregamos uma série de reivindicações desde o ano passado para a reitoria e até agora nada foi feito”, afirmou.

O grupo divulgou uma lista de reivindicações para a um UnB e um manifesto, em que criticam o governo federal por não avançar na aprovação do projeto de lei que criminaliza a homofobia e por ter recuado na distribuição de kits de conscientização sobre a diversidade sexual nas escolas públicas.

O DCE (Diretório Central dos Estudantes) marcou para a próxima quinta-feira (28), às 14h30, uma assembleia geral para o discutir o tema, que deverá ser seguida por uma manifesto na reitoria. Antes, às 12h, haverá um debate sobre homofobia com o deputado federal Jean Wyllys (Psol-RJ).

Diretoria de diversidade e disque denúncia

O Decanato de Assuntos Comunitários da UnB anunciou hoje a criação de uma diretoria de diversidade, para tratar das questões de gênero e etnia, e um disque-denúncia para casos de agressão. “O principal objetivo é o combate ao preconceito”, disse a decana de Assuntos Comunitários, Denise Bomtempo, que prevê a instalação do novo órgão no mês de abril.

Sobre a agressão a estudante de agronomia, Denise reiterou que a universidade vai investigar o caso. “É um caso gravíssimo e que repudiamos veementemente”, declarou.

De acordo com a UnB, a nova diretoria vai atuar em conjunto com outras iniciativas já existentes no campus, como o Grupo de Trabalho de Combate à Homofobia, criado em 2012 e formado por alunos, professores e servidores.  Segundo o coordenador do grupo, o professor José Zuchiwschi, após o caso da pichação, tem aumentado a tensão sobre o assunto na universidade, inclusive com a perseguição a um  integrante da iniciativa. "Há um perigo, as pessoas têm que ficar atentas, quanto mais exposição houver, mais haverá reação contrária".


*Com informações da Agência UnB