Galileo vai demitir 348 docentes da Gama Filho e da UniverCidade

A Galileo Educacional informou nesta quarta-feira (2) que 348 professores serão demitidos a partir de hoje - 227 docentes da Universidade Gama Filho e 121 da UniverCidade. O grupo assumiu a gestão das duas instituições no fim de 2012 e, desde então, tem problemas para regularizar o pagamento dos funcionários.

“Neste curto período, não foi possível sanar todos os problemas financeiros da UGF e do Centro Universitário, que se arrastam há décadas. A direção encontrou uma série de pontos críticos, oriundos de gestões anteriores, que afetam as áreas administrativa e fiscal”, diz a nota divulgada nesta quarta.

Em outro trecho, a Galileo diz que se viu “na contingência de reduzir seu quadro de professores, como forma de ajustar as finanças internas e recuperar o nível de excelência na qualidade de ensino”.

A mantenedora diz que o processo não afetará a qualidade do ensino nem o cronograma de reposição das aulas - após quase dois meses em greve, o semestre letivo só foi iniciado na última segunda (30) na Gama Filho.  

“O plano de reestruturação tem como meta recuperar todo o cenário de ensino e reformular a área administrativa de apoio aos campi universitários”, diz o comunicado. A Gama Filho tem 910 professores e a UniverCidade, 478.

O Sinpro-Rio (Sindicato dos Professores do Município do Rio de Janeiro e Região) diz que, ao contrário do que diz a nota da Galileo, não foi comunicada das demissões. “Se isso for confirmado, é lamentável, um desrespeito, uma agressão aos professores”, disse Wanderley Quêdo, presidente do sindicato. “É óbvio que vai ter prejuízo à qualidade do ensino”.

Crise

Em 2012, o grupo já havia demitido 410 profissionais de educação. Segundo o Sinpro-Rio, os funcionários demitidos até hoje não receberam o dinheiro referente à rescisão de contrato. Juntas, as duas instituições têm dívidas no valor de R$ 900 milhões, segundo a Galileo Educacional.

Há mais de dois meses, os alunos invadiram a reitoria da Universidade Gama Filho, eles pediam a intervenção do MEC (Ministério da Educação) na instituição.

Em agosto, o MEC decidiu suspender a realização de processos seletivos Universidade Gama Filho e do Centro Universitário da Cidade - as duas instituição são mantidas pela Galileo Educacional e ficam no Rio de Janeiro. A suspensão vale para novas vagas, transferências e pós-graduação. 

Na última segunda, os alunos da Universidade Gama Filho iniciaram o segundo semestre letivo. Professores e funcionários administrativos decidiram voltar ao trabalho em assembleia na última quinta-feira (26) após a confirmação do pagamento dos salários atrasados de julho e agosto pela mantenedora, a Galileo Educacional.