Desigualdade é obstáculo para Brasil cumprir metas da educação, diz IBGE
Os dados apresentados na Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) entre 2002 e 2012 mostram que ainda há muito por fazer na área da educação.
Há "importantes desafios a serem enfrentados", aponta o relatório "Síntese de Indicadores Sociais", divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na manhã desta sexta (29).
PNE
O PNE é um conjunto de metas para a educação num período de dez anos. Ele deveria ter entrado em vigor em 2011, para fechar a década em 2020. No entanto, ele ainda está em discussão no Congresso por conta de divergências nos quesitos financiamento público e educação inclusiva.
No entanto, o estudo do IBGE aponta que os dados "revelam uma série de avanços em diversos aspectos das características educacionais da população brasileira". Foram analisados dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2002 a 2012 e outras fontes de dados.
O IBGE tomou o PNE (Plano Nacional de Educação) como parâmetro para as metas educacionais a serem alcançadas pelo país nos próximos dez anos. Os dados de escolaridade mostram o longo caminho que o Brasil precisa recorrer. O projeto de lei do PNE ainda está
Confira os pontos que o IBGE considerou:
1) Meta 1 do PNE: 50% de atendimento a crianças de 0 a 3 anos até 2020 e universalizar a educação infantil para crianças de 4 e 5 anos até 2016
"Em 2012, a taxa de escolarização das crianças de 0 a 3 anos e de 4 e 5 anos de idade era de 21,2% e 78,2%, respectivamente", aponta o relatório.
Chama a atenção que o acesso à creche ainda mostra a desigualdade no país -- nos últimos dez anos, "a proporção de crianças com idade de 2 e 3 anos que frequentavam creche era 2,9 vezes maior para o quinto mais rico em relação ao quinto mais pobre da distribuição de rendimento mensal familiar per capita".
O mesmo acontece na faixa de 4 e 5 anos: o acesso à escola estava próximo da universalização (92,5%) para o quinto mais rico (os 20% mais ricos), enquanto as crianças de 4 e 5 anos de idade pertencentes ao quinto mais pobre (os 20% mais pobres) apresentaram uma escolarização de 71,2%.
No caso das crianças de 4 e 5 anos, a desigualdade de acesso também é regional. Aparece no estudo: "Em 2012, o Norte possuía a menor proporção de crianças de 4 e 5 anos de idade na escola (63,0%), contra 84,0% no Nordeste e 82,0% no Sudeste".
2) Meta 3 do PNE: 85% dos estudantes de 15 a 17 anos no ensino médio até 2020
A taxa de 2012 de alunos com essa idade na etapa adequada era de 54%. Segundo o IBGE, o maior desafio se apresenta, mais uma vez, na redução da desigualdade.
Entre jovens de 15 a 17 anos de idade brancos a taxa de frequência escolar líquida é de 62,9%, enquanto entre pretos ou pardos é 47,8%.
3) Meta 12 do PNE: elevar para 33% a taxa de matrícula para a educação superior entre jovens de 18 a 24 anos
Para chegar a esse resultado em 2020, será necessário mais que dobrar a taxa líquida de matrículas, que foi de 15,1% em 2012.
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