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Engenheiros formados pela Gama Filho recebem registro provisório do Crea-RJ

Akemi Nitahara

Da Agência Brasil, no Rio de Janeiro

09/04/2014 19h47

Os estudantes formados no fim de 2013 nos cursos de engenharia da Universidade Gama Filho, descredenciada pelo Ministério da Educação (MEC), conseguiram o registro provisório do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ). O documento vale por seis meses, renovável por mais seis, até que os formandos recebam o diploma para pedir o registro profissional. Com isso, todos estão aptos a trabalhar como engenheiros plenos.

A coordenadora do curso de engenharia de produção da Gama Filho, Sandra Regina Morgado, disse que o Crea-RJ foi a única entidade profissional, até agora, que entendeu a situação dos formandos´, ajudando-os a entrar no mercado de trabalho.

“Eles se formaram no segundo semestre de 2013, período em que houve o descredenciamento. Então é como se eles fossem engenheiros de fato, mas não de direito. E o Crea-RJ foi a primeira instituição que abraçou esses alunos, porque nenhum órgão, dos conselhos que existem, fez isso até agora.”

Segundo o presidente do Crea-RJ, Agostinho Guerreiro, todo o processo foi amparado na legislação. “Nós, articulados com a Justiça Federal, vimos os passos legais que nós podíamos seguir, examinamos os currículos de todos eles, e ficou comprovado que praticamente todos poderiam receber um certificado provisório de seis meses, renovável por mais seis meses, caso nesse período não fosse entregue o diploma definitivo. Então encontramos uma solução legal, reconhecida pela Justiça Federal.”

De acordo com Guerreiro, na semana passada foram entregues cerca de 60 certificados e hoje (9) 80 formandos passam a ser considerados engenheiros. “Nós entendemos que estamos fazendo aquilo que é de direito, porque estava sendo configurada uma grande injustiça, uma vez que eles estão preparados e não poderiam ficar levando essa situação de serem engenheiros de fato e não serem de direito.”

O presidente do Crea-RJ relatou que alunos foram prejudicados por causa da falta do registro. É o caso de Afrânio Moisés, que se formou em engenharia de produção, mas teve que deixar o estágio que fazia. “As aulas foram todas dadas, a entrega dos TCCs [trabalhos de conclusão do curso] também ocorreu, mas nas engenharias ninguém recebeu o diploma. Eu era estagiário da Vale, com pretensão de efetivação, já tinha passado em alguns [programas de] trainees também, mas infelizmente não pude dar continuidade porque não tinha nem o comprovante de conclusão. Lá [na Vale], infelizmente já preencheram a minha vaga, agora é correr atrás de outros empregos. Com o registro já dá para correr atrás de muita coisa”, disse Moisés.