Funcionários da UniverCidade fazem 'vaquinha' para ir a protesto no RJ

Sem receber salários desde setembro do ano passado, os funcionários do Centro Universitário da Cidade (UniverCidade) têm enfrentado dificuldades para pagar as próprias contas. Mesmo gastos pequenos como com transporte público têm se tornado inviáveis.

Alguns deles tiveram que fazer uma vaquinha para enviar representantes para um protesto realizado na noite desta quinta-feira (6) a partir da escadaria da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) pelo centro da cidade até a Lapa.

"É uma judiação. Tem gente em condições financeiras gravíssimas. A gente teve que juntar doações, pedir esmola mesmo, para termos algumas pessoas aqui na manifestação", disse Jorge Auxiliador de Carvalho, 50 anos, auxiliar administrativo da UniverCidade há 10 anos.

"É uma vergonha ter chegado a este ponto. Uma amiga vai precisar passar o cartão de metrô pra eu voltar para casa." Ele mora em Copacabana.

Outra funcionária da instituição, que não quis se identificar, pediu dinheiro para a mãe. "Minhas amigas têm que pagar a conta para eu sair de casa." Havia pelo menos três funcionários da UniverCidade no protesto, que reuniu cerca de 200 pessoas e parou três faixas da avenida Rio Branco por cerca de meia hora na noite desta quinta.

A UniverCidade foi descredenciada pelo Ministério da Educação (MEC) assim como a Universidade Gama Filho (UGF) em janeiro por causa da baixa qualidade acadêmica, o grave comprometimento da situação econômico-financeira da mantenedora e a falta de um plano viável para superar o problema, além da crescente precarização da oferta da educação superior. 

Os alunos são contra o processo de transferência assistida para outras universidades que está previsto para terminar até março. Organizaram o protesto no centro do Rio para tentar sensibilizar o governo federal a "federalizar" as duas instituições de ensino. Entretanto, apenas cerca de 100 pessoas apareceram na Alerj para se juntar à manifestação.