Alunos doam cesta básica e dinheiro a funcionários da Gama Filho
Um grupo de cinco estudantes de engenharia de produção da Universidade Gama Filho se organizou para recolher doações e encaminhar a funcionários em dificuldades por causa da crise financeira e do descredenciamento da instituição.
Na última quinta-feira (30), eles se encontraram na porta da Gama Filho e seguiram para a casa de Deise de Souza, 48, para levar uma cesta básica e uma ajuda de R$ 300 em dinheiro. Secretária da biblioteca, a mulher está sem renda há três meses. E passa por dificuldades financeiras.
SEM RUMO
Há meses não tenho dinheiro para pagar as dívidas. Sou deficiente, tenho uma filha de 14 anos e se não fosse a minha mãe e meu cunhado não sei o que seria de mim
Deise de Souza, funcionária Gama FilhoDeise tem limitações de locomoção e faz questão de contar sobre a importância da ajuda dos estudantes: “Os alunos têm me ajudado como podem. Em dezembro, recebi uma cesta básica e hoje mais uma, mas não posso ficar esperando a Gama Filho se resolver."
Diego Castro, 23, que estava no último ano da faculdade e ainda não sabe se vai conseguir se formar, diz que alguns funcionários não têm dinheiro "nem para pagar o transporte para procurar outro emprego”. Ele também contou que eles pretendem ajudar durante o período em que as pessoas precisarem, mas sem a certeza de que vão conseguir.
Ajuda em boa hora
O grupo decidiu ajudar Deise e outros três funcionários do prédio em que funcionava o curso de engenharia. Em janeiro, conseguiram juntar R$ 700: R$ 300 ficaram com Deise e o restante foi repartido entre os outros.
“Foi um pouco difícil juntar o dinheiro, pois não tivemos muito retorno dos alunos. Mas vamos continuar tentando conseguir mais ajuda. No próximo mês, pretendemos doar mais uma cesta-básica para ela”, afirmou Diego.
Deise trabalhava na instituição há 26 anos e sente muito em testemunhar o fechamento da universidade.
“É muito triste. Minha mãe se aposentou lá [como funcionária da Gama Filho]. Eu comecei a trabalhar lá bem jovem. A gente gostava de trabalhar ali, os alunos são super bacanas, todo mundo já se conhecia. Nossa vida estava lá”, conta.
Expectativa de um novo emprego
Amanda Rodrigues, que é noiva de Diego e que também participa da iniciativa, trabalha na área de recursos humanos de uma rede hospitalar e se prontificou a incluir Deise em um processo seletivo.
E a psicóloga já recolheu os primeiros dados da secretária ali mesmo, durante a visita. “Ela tem boas chances. O receio é como ela fará se conseguir o emprego, pois na carteira de trabalho dela ainda está que ela é funcionária da Gama Filho”, disse Diego.
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