Estudantes alegam que perderam prova do Enem por causa da falta de ônibus
Candidatos justificam que a falta de ônibus no Distrito Federal (DF), motivada pela greve de uma das empresas que operam na capital federal, motivou o atraso e a consequente perda de horário para a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Os participantes disseram que saíram cedo de casa e, mesmo assim, esperaram horas pelo transporte público. Para alguns candidatos, minutos fizeram a diferença e eles foram barrados nos locais em que fariam o exame.
Aline Emanuele chegou ao local de provas após o fechamento dos portões (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
"Não passou nenhum ônibus", diz a estudante Aline Emanuele que mora em Samambaia e chegou ao local de prova após o fechamento dos portõesMarcelo Camargo/Agência Brasil
Aline Pereira, 18 anos, chegou segundos após o fechamento dos portões. Correndo, a estudante mal conseguia respirar. "Não tinha ônibus, tivemos que pedir carona!", indigna-se. Aline mora em Samambaia (DF). Ela e a amiga, Bianca Moreira, 18 anos, colega de classe, contam que chegaram na parada de ônibus às 9h.
"Não passou nenhum ônibus", diz a estudante. Apenas às 12h15, conseguiram carona para o Plano Piloto, região central de Brasília, onde fariam a prova. Ela usaria a nota do Enem para concorrer a uma vaga no curso de psicologia.
Amós Ferreira chegou ao local de provas após o fechamento dos portões (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Amós Ferreira chegou ao local de prova após o fechamento dos portõesMarcelo Camargo/Agência Brasil
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No DF, os rodoviários da Viação Pioneira estão em greve por falta de pagamento de salários. A paralisação, que teve início na última quinta-feira (6), prejudica moradores de nove cidades administrativas.
Amós Ferreira, 19 anos, também se queixou da falta de transporte público. Desde às 10h esperava um ônibus em Ceilândia. Como não passou nenhum para o Plano Piloto, onde também faria o exame, ele pegou um ônibus para Taguatinga e, em seguida, outro. Quando conseguiu chegar ao Plano, pegou um táxi até a Asa Norte e pagou R$ 30.
O estudante chegou alguns minutos após o fechamento do portão. Atendente em uma loja, ele quer cursar enfermagem. "O jeito vai ser tentar no ano que vem", diz.
Ângela Divina Oliveira chegou ao local de provas após o fechamento dos portões (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Depois de chegar atrasada ao local de prova, Ângela Divina Oliveira diz que desistiu de fazer o exame Marcelo Camargo/Agência Brasil
Ângela Oliveira, 57 anos, diz que desistiu de fazer o exame. É a segunda vez que ela perde a prova. Na primeira, no ano passado, esqueceu o documento de identificação. Desta vez, não conseguiu um ônibus que a trouxesse de Taguatinga Sul para a Asa Norte. "Não vou mais tentar, estou cansada", diz a candidata que saiu de casa às 11h.
Ela estuda gestão pública e quer fazer uma faculdade de administração em uma universidade mais próxima de sua casa.
Neste sábado, os participantes fazem as provas de ciências humanas e ciências da natureza. Os portões fecharam às 13h, no horário de Brasília. Mais de 8,7 milhões de inscritos, número recorde, fazem a prova em mais de 1,7 mil cidades.
Em nota, o governo do Distrito Federal (GDF) informou, ontem (7), que reforçaria a frota de ônibus para atender aos alunos que tentam ingressar na universidade pelo Enem. Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), 160 mil alunos fazem a prova no Distrito Federal.
De acordo com o GDF, a autorização de viagens extras foi feita de acordo com a demanda para linhas que atendem os locais das provas: Brasília (Asas Norte e Sul), Brazlândia, Candangolândia, Ceilândia, Cruzeiro, Gama, Guará, Núcleo Bandeirante, Paranoá, Planaltina, Recanto das Emas, Riacho Fundo, São Sebastião, Santa Maria, Samambaia, Sobradinho e Taguatinga.
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