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Enem 2015: Professores dizem que 2º dia teve tempo curto e prova cansativa

Do UOL, em São Paulo

25/10/2015 20h03Atualizada em 26/10/2015 00h16

Os professores ouvidos pelo UOL neste domingo (25) afirmaram que o segundo dia do Enem 2015 (Exame Nacional do Ensino Médio) deu trabalho para os candidatos inscritos no exame. Hoje, os candidatos tiveram 5h30 para responder questões sobre linguagens, códigos e suas tecnologias e matemática e suas tecnologias e fazer uma redação.

“Eu acho que a prova de hoje foi mais trabalhosa e cansativa do que a de ontem. O nível de dificuldade foi acima do tradicional para o Enem. Tanto os professores de português quanto os de matemática disseram que o tempo foi insuficiente para responder todas as questões. É preciso rever isso para o ano que vem”, disse Vera Lúcia Antunes, coordenadora do Curso e Colégio Objetivo. 

“O inimigo do candidato foi o tempo. Os meninos não tiveram tempo para respirar. A prova foi cansativa pra chuchu, uma maratona. Textos longos e exigentes em relação ao repertório que o aluno tem que ter”, acrescentou Célio Tasinafo, coordenador do cursinho Oficina do Estudante.

Os candidatos ouvidos pelo UOL reclamaram da extensão dos textos e da dificuldade das questões de matemática.

Para Ademar Celedônio, diretor de ensino do sistema Ari de Sá, o tamanho desses textos foi além do necessário. "Não era necessário o texto completo para as questões e isso atrapalha o candidato a administrar o tempo." 

Gilberto Alvarez, diretor geral do Cursinho da Poli, considerou a prova difícil, com questões com nível de dificuldade médio para alto. "A prova buscou um aluno que de fato estude mais do que a própria escola exige. Aluno que possa fazer comparações, que tenha contato com textos acadêmicos, que perceba o mundo em que ele vive", explicou. 

Segundo a professora do Objetivo, as provas de língua estrangeira variaram bastante o gênero textual e cobraram competência de leitura, interpretação e vocabulário. “Não era questões fáceis”.

“Em português, a prova foi acima do nível do ano passado. Só os textos não eram suficientes para o aluno chegar à resposta”, disse. “Foi uma prova cansativa, não dava tempo de fazer toda a prova de linguagens”, afirma a professora.

Para Paulo Moraes, diretor do Anglo Vestibulares, os textos de linguagens foram bem selecionados. “A prova é longa e os textos, grandes. Exigiu que o aluno seja um bom leitor. Dava tempo de responder tudo, mas o candidato tinha que fazer no tempo máximo”.

No sábado, os professores avaliaram a prova como "conteudista" e com conteúdos esperados.

“Matemática vai ser sempre a grande vilã da prova, são 45 questões e fica até um pouco repetitivo”, disse Edmilson Motta, coordenador geral do Etapa. “O exame teve dificuldade média para difícil. O que deixou a prova de matemática foram os números, quer eram complicados, e o aluno tinha que ter uma leitura muito boa do enunciado”, afirma o diretor do Anglo.

Redação

Neste ano, o tema da redação foi: "A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira". Para professores e estudantes, o assunto foi considerado pertinente.

Para o professor do Cursinho da Poli, a redação teve um tema previsível. "Achávamos que podia ser de fato um tema de redação por estar na mídia praticamente todo dia", disse. 

“O tema foi mais fácil do que o ano passado. É mais fácil delimitar as ações, é um tema bem concreto para o aluno”, diz Motta.

Já o professor Célio destaca o cuidado que os vestibulandos deveriam ter tido. "Foi um tema perigoso porque parece fácil. Ninguém vai fazer um texto defendendo que a mulher deve apanhar. Ao mesmo tempo que fica meio evidente que tem que combater a violência contra as mulheres, ele precisa ter uma estrutura argumentativa muito boa para não ir para o óbvio. Apesar de muitos terem comemorado, as notas talvez não traduzam essa reação."