Ministro da Educação diz ser a favor de cotas e de salas com mais alunos
O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, disse hoje ser a favor do sistema de cotas para acesso ao ensino superior e do aumento na quantidade de alunos por professor nas universidade federais. "Teremos as cotas enquanto não for resolvida a questão de ensino básico de qualidade para todos (...) Poderíamos otimizar a excelente qualidade acadêmica das nossas universidades públicas colocando mais alunos em sala de aula", disse o ministro.
A declaração foi feita durante uma audiência pública na Comissão de Educação do Senado. Desde as 11h30, ele vem sendo questionado por parlamentares sobre os principais projetos do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) na área.
Questionado sobre a as políticas educacionais para o ensino superior, Vélez fez uma defesa do sistema de cotas, mas fez uma ressalva para as cotas baseadas em elementos raciais.
"Teremos as cotas enquanto não for resolvida a questão de ensino básico de qualidade para todos (...) Nossa dívida não está apenas numa questão de raça, está numa questão de qualidade do nosso ensino básico fundamental que no setor público ainda não está na qualidade que deveria ter", disse o ministro.
Atualmente, universidades públicas em todo o país têm adotado diferentes sistemas de cota para ingresso de alunos. Um dos pontos que desperta mais polêmica é o sistema baseado no critério racial.
A defesa do sistema de cotas vai parcialmente na contramão do que defendeu o presidente Bolsonaro durante a campanha. Ao longo da campanha, Bolsonaro se comprometeu a reduzir o sistema de cotas tanto para ingresso no ensino superior quanto para acesso a concursos públicos.
Aumento no número de vagas
Ao falar sobre a eficiência das universidade federais, Vélez disse que uma das alternativas para melhorar a gestão dessas instituições é o aumento no número de alunos por professor.
"A relação professor por aluno nas universidades públicas ainda é folgada no Brasil, é 1 para 11; 1 para 7. Quando no setor privado está em 1/20. E em países como Estados Unidos, França e Alemanha chega a ser 1 para 50, 1 para 60. Poderíamos otimizar a excelente qualidade acadêmica das nossas universidades públicos colocando mais alunos em sala de aula", disse o ministro sem citar a fonte das informações.
Dizendo ser contrário à privatização das universidades públicas, o ministro defendeu um aumento na proporção de alunos por professor como uma forma de "otimizar" o rendimento das instituições.
"Quanto à questão do orçamento das universidades públicas, eu vejo com muita preocupação", afirmou. "O país está em recessão, estamos com dificuldades econômicas. É muito difícil manter a dotação orçamentária das universidades públicas da forma em que se deu em períodos da bonança econômica", completou.
"Poderíamos otimizar a excelente qualidade acadêmica das nossas universidades públicas colocando mais alunos em sala de aula", defendeu, dizendo não ter visto problemas em cursos de graduação com "60 ou 70 alunos regidos por um professor".
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