30% ou 3,5%: Quanto Bolsonaro cortará nas universidades federais? Entenda
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, trouxe na última quinta-feira (9) uma porcentagem diferente da que vinha sendo apresentada pela pasta sobre o corte no orçamento destinado às universidades públicas. Em transmissão ao vivo feita pelo Facebook, Weintraub usou três bombons e meio, de uma quantidade de 100, para mostrar que "apenas" 3,5% dos valores destinados às universidades só poderão ser "comidos" depois de setembro. E reforçou o cálculo em vídeo divulgado pelo Twitter na tarde de ontem.
Foi a primeira vez que o governo apresentou esse índice desde que o contingenciamento na educação foi anunciado no final de abril. Naquela ocasião, tanto o ministro quanto o secretário de Educação Superior do MEC, Arnaldo Barbosa de Lima Junior, disseram que o corte seria de 30%.
Toda a polêmica teve início quando Weintraub afirmou que cortaria 30% dos recursos da UnB (Universidade de Brasília), UFBA (Universidade Federal da Bahia) e UFF (Universidade Federal Fluminense), por que elas estariam promovendo "balbúrdia" nos seus campus.
Depois, Lima Junior informou que o ministério estendeu o corte a todas as universidades federais. "[Será] 30% de forma isonômica para todas as universidades. No segundo semestre, isso pode ser reavaliado dado o estado econômico positivo que a gente espera", disse em entrevista à TV Globo.
Na última terça, o próprio Weintraub falou sobre os 30% na audiência pública da Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado, mas citou que a cifra seria menor se fosse considerado o orçamento total, sem dar detalhes. "De novo, 30% é sobre uma parte pequena do volume total de despesas. Não são 30% sobre o todo", disse.
O detalhamento veio logo após a transmissão de Bolsonaro e Weintraub na quinta-feira, quando o MEC divulgou uma nota falando que o valor bloqueado equivale a "3,4% do orçamento total das universidades neste ano".
No vídeo divulgado ontem pelo ministro, ele diz que o governo está "pedindo para segurar, contingenciar, postergar até setembro 3,5%", dando a entender que não são verdades as porcentagens trazidas "pela imprensa e muita gente mal-intencionada" de que o bloqueio é de 30%, 40% e 50%.
"A verdade do orçamento das universidades que a gente está pedindo para segurar, contingenciar, postergar até setembro, é 3,5%. Essa é a verdade e os números estão disponíveis", disse, usando lousa e caneta para reforçar a conta.
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