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Protesto pela educação no Rio tem rojão, ônibus incendiado e bomba de gás

Marina Lang

Colaboração para o UOL, no Rio

15/05/2019 19h51Atualizada em 16/05/2019 00h04

No início da noite de hoje, houve confusão durante o protesto no Rio contra os cortes na educação determinados pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL). Manifestantes jogaram rojões e houve repressão com bombas de gás lacrimogêneo. Chegou um reforço policial e, depois disso, houve uma dispersão geral entre as pessoas. Também houve tiros com balas de borracha em direção aos manifestantes.

A Estação Central do Brasil foi fechada, o que impediu momentaneamente trabalhadores de voltarem para suas casas.

O ato se encaminhava para o final quando participantes fizeram a Polícia Militar recuar em frente ao CML (Comando Militar do Leste). Antes, houve gritos contra os membros do comando militar e picharam palavras contra o Exército. O grafite dizia "80 tiros, Exército assassino", em alusão ao assassinato do músico Evaldo Rosa, morto por oficiais do Exército quando ia para um chá de bebê com a família, em 2 de abril, quando com mais de 80 tiros de fuzis atingiram o carro onde ele estava.

Muro pichado - Marina Lang/UOL - Marina Lang/UOL
Muro pichado com declarações contra o Exército no Panteão de Caixias, no Rio
Imagem: Marina Lang/UOL

Mais tarde, a pichação foi apagada.

Um ônibus também foi incendiado na região central, na esquina da avenida Getúlio Vargas com a avenida Passos. Bombeiros só conseguiram conter as chamas após o veículo estar completamente destruído.

Um homem estava diante do fogo com um cartaz com os dizeres: "A greve não causou o caos. Foi o caos que causou a greve". Ele se recusou a gravar entrevista ou se identificar: "Só seguro meus cartazes", disse.

Outro homem que catava os escombros de metal restantes do ônibus já em cinzas foi preso pela Polícia Militar. Questionados pelo UOL quanto ao motivo da prisão, os policiais não responderam. A reportagem procurou a assessoria da PM para saber quem era, para onde foi levado e o motivo pelo qual o homem foi levado pela PM, mas não houve retorno até a última atualização desta reportagem.

Em dia de protestos, ônibus é incendiado no centro do Rio

UOL Notícias

Rio tem concentração na Candelária sob chuva

Mais cedo, por volta das 15h, centenas de manifestantes com guarda-chuvas e capa de chuva se concentraram em frente à Igreja da Candelária, no centro do Rio. Por volta das 16h45, eles saíram em direção à Estação Central.

Placas como "Penso, logo reexisto" e algumas bandeiras de partidos de esquerda, como o PCdoB, estão presentes. Alguns políticos de partidos de esquerda também compareceram ao ato. Panos de prato ironizando os ministros da Justiça, Sergio Moro, e da Economia, Paulo Guedes, são vendidos a R$ 10.

O público ironizava com gritos e cantos: "Que contradição, tem dinheiro para a milícia, mas não tem para a educação", "Ô, Bolsonaro, vou te falar: a juventude também quer se aposentar". Havia bandeiras de sindicatos, universitários, partidos de esquerda e em lembrança à vereadora Marielle Franco.