Ministro da Educação critica a palavra "educação": "quem educa é a família"
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, disparou hoje críticas ao uso da palavra "educação", à cor vermelha e ao salário dos professores de universidades federais.
Weintraub participou, nesta manhã, de um evento organizado em São Paulo por um sindicato patronal do ensino superior privado, o Semesp (Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior).
Ao fazer falar sobre o que ele interpreta como "destruição" do país nos anos de governo do PT, Weintraub disse que isso aconteceu "porque temos lá no nosso 'mindset' um monte de ideias erradas".
"A começar por essa aqui, ó: educação", afirmou, apontando para o tema do evento, que é "Mudança de mindset: uma nova forma de pensar a educação".
Isso porque, para o chefe do MEC (Ministério da Educação), "quem educa é a família. A gente ensina". "Ensina a ler, ensina um ofício", disse.
Professor federal e a 'zebra gorda'
Em seu discurso, o ministro voltou a dizer ser contrário à cobrança de mensalidade em universidades públicas. Desta vez, deu a justificativa de que "vai ser uma gritaria e não vamos chegar a lugar nenhum".
"Tem que ir atrás da zebra mais gorda", disse, dando o nome aos bois em seguida: "É o professor de uma federal, com dedicação exclusiva, que dá 8 horas de aula por semana e ganha em média de 15 a 20 mil reais por mês", declarou.
Para ele, a cobrança de mensalidades em universidades públicas seria uma "vitória de Pirro". Segundo o ministro, "o problema do ensino superior no Brasil é que a gente gasta uma fortuna em dinheiro com um grupo pequeno de pessoas".
O Future-se, proposto pela gestão de Weintraub no MEC como uma forma de captação de recursos privados para as universidades públicas, prevê a contratação de docentes via CLT por meio de OSs (Organizações Sociais).
O ministro iniciou sua fala em tom agressivo, dizendo que o governo não vai fazer "nada" pelo setor. "Vocês têm que se virar", afirmou, defendendo a autorregulação do setor privado.
Cor vermelha e vontade divina
A cor vermelha, tradicionalmente ligada a partidos de esquerda, também não foi poupada pelo ministro.
"Podia mudar a cor daqui, verde e amarelo é bonito", afirmou Weintraub ao apontar para um painel colocado atrás do palco que iluminava todo o ambiente com o tom.
Weintraub também afirmou que os brasileiros que saíram às ruas impediram que o país virasse uma Venezuela e disse que "foi um desígnio de Deus o presidente (Jair Bolsonaro) não ter morrido" após a facada que sofreu durante a campanha eleitoral no ano passado.
Em meio à sua fala, Weintraub disse ter reconhecido um amigo seu rindo em meio à plateia. "Soltaram o Abraham do canil sem enforcador, agora vão ter que escutar", brincou o ministro.
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