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Enem seriado começa em 2021; pandemia não deve afetar avaliação, diz Inep

Enem seriado dará aos estudantes a oportunidade de entrar na universidade por uma prova anual - Mateus Bonomi/AGIF/Estadão Conteúdo
Enem seriado dará aos estudantes a oportunidade de entrar na universidade por uma prova anual Imagem: Mateus Bonomi/AGIF/Estadão Conteúdo

Ana Carla Bermúdez e Luciana Amaral

Do UOL, em São Paulo e Brasília

15/09/2020 12h10Atualizada em 15/09/2020 14h20

O presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), ligado ao Ministério da Educação, Alexandre Lopes, disse hoje que a implementação do novo Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica) terá início em 2021 apesar da pandemia do coronavírus.

A avaliação irá compor o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) seriado, que dará aos estudantes a oportunidade de ingressar na universidade por meio de provas anuais, realizadas em cada um dos três anos do ensino médio.

"Os jovens brasileiros vão ter mais uma oportunidade de ingressar no ensino superior. Além do Enem [tradicional], vamos apresentar no ano que vem o Enem seriado", disse.

Modelo semelhante já existe em universidades pelo país, sendo uma das pioneiras a Universidade de Brasília por meio do PAS (Programa de Avaliação Seriada). Os alunos do ensino médio fazem uma prova ao final de cada ano e, se bem colocados, podem assegurar uma vaga no curso escolhido sem ter de recorrer ao vestibular ou Enem tradicionais.

Hoje, o Saeb é aplicado apenas para o 2º, 5º e 9º ano do ensino fundamental, além do 3º ano do ensino médio, e são avaliadas apenas as áreas de português e matemática. No novo Saeb, serão avaliadas todas as áreas de conhecimento.

Segundo Lopes, o novo Saeb será implementado de maneira censitária para o 1º ano do ensino médio em 2021. Para 2022, o plano é estender a aplicação da avaliação para o ensino fundamental.

"O aluno vai poder fazer a prova do Saeb na sua escola, e com isso eles vão concorrer a vagas no Brasil inteiro, assim como é feito no Enem".

De acordo com o presidente do Inep, o órgão está em diálogo com o Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação) e a Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação) para definir quais anos do ensino fundamental serão priorizados para passar a fazer parte da avaliação anual do novo Saeb em 2022.

Lopes afirmou ainda que o conteúdo a ser avaliado pelo novo Saeb não deve ter alterações devido à pandemia do coronavírus.

"Estamos construindo juntos [com Undime e Consed] essa nova avaliação. Ela não está sendo afetada pela pandemia em relação ao seu conteúdo. Mas o seu plano de implementação está sendo feito em conjunto. A gente começa ano que vem, e entendemos que ao longo do tempo podemos fazer ajustes nas matrizes, até observando a implementação do novo ensino médio nas redes estaduais", disse.

A prova do Saeb é, em geral, aplicada no segundo semestre. A previsão é que a próxima fique para outubro de 2021, informou Lopes. Portanto, quando poderá haver vacinas contra a covid-19 e mais conhecimento acerca de medidas para se evitar a propagação do coronavírus.

O Enem tradicional continuará a existir para atender aos alunos que já terminaram o ensino médio e ainda não ingressaram na universidade. As vagas do Enem existente e do Enem seriado a partir de 2024 serão diferentes.

Para atingir mais vagas em universidades diferentes pelo país, é preciso a adesão de cada instituição de ensino superior. Segundo Lopes, o novo modelo de seleção proposto pelo Inep vem sendo elogiado por reitores e não deverá encontrar dificuldades em ser adotado.

Impacto da pandemia hoje em alunos

O presidente do Inep afirmou que o instituto junto ao Ministério da Educação discutem internamente fazer alguma amostragem para estudos sobre o impacto da pandemia e suspensão das aulas hoje em alunos. No entanto, nada em grande escala.

A secretária de Educação Básica do MEC, Izabel Pessoa, disse que o ministério vai repassar cerca de R$ 525 milhões a escolas para aliviar o impacto financeiro sofrido na pandemia, além de fornecer apoio técnico para protocolos de biossegurança para o retorno às aulas presenciais. O repasse é feito pelo programa "Dinheiro Direto na Escola".

Serão contempladas aproximadamente 116,7 mil escolas dos ensinos fundamental e médio de redes estaduais e municipais que atendem a 36,8 milhões de estudantes em 5,1 mil municípios nos 26 estados mais o Distrito Federal, informou Izabel.