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Doria espera aumentar em mais de 30% número de escolas em tempo integral

Expectativa é ampliar jornada em mais 213 escolas do estado - Getty Images
Expectativa é ampliar jornada em mais 213 escolas do estado Imagem: Getty Images

Ana Carla Bermúdez

Do UOL, em São Paulo

25/09/2020 04h00

O governo João Doria (PSDB) espera aumentar em ao menos 32% o número de escolas participantes do programa de ensino integral em 2021.

A expectativa da gestão Doria é ampliar a jornada, a partir do ano que vem, em pelo menos 213 escolas do estado. A adesão ao programa acontece de acordo com o interesse das próprias escolas.

No tempo integral, a carga horária é de até nove horas e meia. Na rede regular, a jornada é de cinco horas e 15 minutos.

No ano passado, das 545 unidades que manifestaram interesse na adesão ao programa, 460 atendiam aos critérios necessários —são priorizadas as escolas de maior vulnerabilidade e de maior tamanho (com ao menos 12 salas).

Delas, 247 passaram a fazer parte do programa em 2020. As outras 213 ficaram de fora por questões orçamentárias. O investimento realizado pelo governo foi de cerca de R$ 321 milhões.

Mais 125 mil alunos devem entrar no modelo integral

Hoje, 664 escolas fazem parte do programa, que tem ao todo 235 mil alunos dos ensinos fundamental e médio matriculados. Com a expectativa de expansão para mais 213 escolas, a previsão é atender, pelo menos, mais 125 mil alunos no modelo integral. Ainda não há previsão de quanto o governo pretende investir para garantir a expansão.

A principal despesa relacionada à ampliação da jornada está ligada à remuneração dos professores, já que, nas escolas que aderem ao programa, os docentes recebem um acréscimo de 75% no salário e atuam em regime de dedicação exclusiva. Já os alunos têm disciplinas eletivas além das aulas obrigatórias.

O prazo para manifestação de interesse das escolas será aberto hoje e vai até o dia 13 de outubro.

Notas mais altas na avaliação nacional

O ensino em tempo integral está associado a um melhor desempenho dos alunos em indicadores de aprendizagem.

No Brasil, o ensino médio em tempo integral contribuiu para o avanço de todo o ensino médio brasileiro no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) em 2019. O Ideb é o principal indicador de qualidade da educação básica no país.

Em cenário de estagnação nas edições anteriores, o Ideb do ensino médio brasileiro de 2019 (considerando escolas públicas e particulares) subiu 0,4 ponto em comparação à avaliação de 2017. As escolas que migraram do modelo regular para o modelo integral de 2017 para 2019 cresceram quase o dobro na avaliação do índice em comparação com as que permaneceram com menos horas de atividades.

Mesmo assim, o crescimento não foi suficiente para que o país atingisse a meta proposta para 2019 para todo o ensino médio brasileiro.

Em São Paulo, as escolas estaduais que fazem parte do programa de ensino integral tiveram resultados mais altos no Ideb de 2019 do que as unidades da rede regular.

Enquanto as escolas de ensino médio em tempo integral cresceram 1,2 ponto em relação à avaliação de 2017, as escolas da rede regular tiveram um aumento de 0,6 ponto.

Com o crescimento, as escolas de ensino médio em tempo integral chegaram a um Ideb de 4,9, mesmo valor estabelecido como meta para toda a rede estadual de São Paulo —que não atingiu o índice esperado, ficando em 4,3.