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Alunos relatam preocupação com comida e máscaras no Enem

As estudantes Ingrid Baptista (à esq.) e Mariah Eduarda de Paula, que querem cursar direito após fazer o Enem em SP - André Porto/UOL
As estudantes Ingrid Baptista (à esq.) e Mariah Eduarda de Paula, que querem cursar direito após fazer o Enem em SP Imagem: André Porto/UOL

Arthur Stabile e Tatiana Campbell

Colaboração para o UOL, em São Paulo e no Rio

17/01/2021 12h04Atualizada em 17/01/2021 15h21

Estudantes que prestam o primeiro dia de prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) hoje em São Paulo demonstram preocupação com as máscaras durante a prova, principalmente na hora em que forem comer.

O UOL corrige a prova a partir das 19h, em parceria com o Objetivo.

O uso do equipamento é regra para evitar contaminação pelo novo coronavírus. Se o candidato não se mantiver de máscara, é eliminado do exame.

Mariah Eduarda de Paula, 18, prestará a prova em busca de uma vaga em direito. Ela trouxe três máscaras para a Unip Marquês de São Vicente.

Minha mãe encheu minha mochila com máscaras. Serão muitas horas, sufoca ficar com elas por tanto tempo. Dá coceira, incomoda.
Mariah Eduarda de Paula, candidata que presta Enem hoje

Moradora de Pirituba, zona norte da capital paulista, ela diz ter se preocupado mais com a prova do que com a pandemia de coronavírus, mesmo com a alta casos e mortes nos últimos dias.

"Estudei até o último minuto, também porque minha mãe me fez estudar", conta. "Falaram que serão 5.000 alunos aqui, não sei como dividirão as salas", afirma, ao ser questionada sobre a quantidade de pessoas.

Ingrid Baptista, 20, também prestará o Enem para cursar direito. Segundo ela, moradora da Brasilândia, também na zona norte de São Paulo, o principal problema em usar a máscara durante a prova será para comer.

"Fica ruim comer de máscara. Se tirar e ficar muito tempo sem, pode ser eliminado", justifica. Ela demonstra certa tensão ao falar sobre os 40% de ocupação como regra para as salas durante o Enem.

A aluna passou os últimos dias tentando relaxar para a prova. "Estudei o ano passado inteiro. Fiquei mais preocupada com as notícias de que poderiam adiar o Enem", explica.

Ingrid prestou a Fuvest, vestibular da USP (Universidade de São Paulo), no último fim de semana. Relatou ter visto fiscais bem rígidos.

"Um rapaz estava no celular antes de a prova começar e a monitora levantou, mandou ele desligar e, se não o fizesse, chamaria a segurança. Eu até desliguei e guardei o meu celular antes, por garantia", disse.

Mesmo na pandemia, alunos se abraçam

Nem mesmo a pandemia de coronavírus impediu que estudantes se aglomerassem e trocassem afetos antes de fazerem o Enem. Ao menos em São Paulo, os grupos e abraços rolaram soltos.

A estudante Lilian Pimentel e sua mãe, Elisângela - Tatiana Campbell/UOL - Tatiana Campbell/UOL
A estudante Lilian Pimentel e sua mãe, Elisângela: "Sempre tem um que dá mole"
Imagem: Tatiana Campbell/UOL

Em frente à unidade Marquês de São Vicente da universidade Unip, na zona oeste, as pessoas se reuniram sem medo. Alguns estavam em grupo em um ponto de táxi, outros conversavam na porta do espaço.

Todos os estudantes estavam de máscara, ainda que trocassem abraços, carinhos ou fizessem brincadeiras que envolvessem contato físico.

Era comum ver casais se beijando antes da prova. As carícias serviam para passar apoio antes do Enem e tranquilizar os inscritos.

"Sempre tem um que dá mole", diz mãe, preocupada

Recebendo o apoio da mãe, a estudante Lilian Pimentel, 19, realiza o Enem pela segunda vez e diz estar ansiosa para realizar a prova, mas ao mesmo tempo angustiada com as normas que precisa seguir durante o exame.

"Eu espero que seja uma prova tranquila principalmente por ser em um momento como esse. Eu acredito que não deveria acontecer. Foi bem complicado estudar. Tive que me esforçar bem mais e estudar por conta própria", disse Lilian.

Questionada sobre os cuidados sanitários, a estudante falou que se concentrar mais na prova.

"Eu acho que é inevitável não pensar nessas regras de segurança. O momento já é de muita tensão, mas eu espero que na hora eu não tenha problemas. Eu trouxe álcool e três máscaras para trocar", acrescentou.

A mãe de Lilian, Elisângela, 42, acompanhava a filha.

"Sempre que ela vai fazer uma prova, eu vou do lado dela para dar essa força. Fico apreensiva com ela indo fazer a prova nessa pandemia, mesmo com todos os cuidados. Sempre tem um que dá aquele mole e acontece, mas confio que vai dar tudo certo para todos", disse a aposentada.

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