Secretário de SP cita menino preso no barril para defender volta às aulas
Para defender a volta às aulas presenciais durante a pandemia da covid-19, o secretário de Educação do estado de São Paulo, Rossieli Soares, citou o caso do menino que ficou preso em um barril e foi resgatado pela Polícia Militar, em Campinas (SP).
"Todos os dias penso nisso. Entendo o medo do professor [de pegar a covid-19], mas também me coloco na posição das pessoas com filho com depressão em casa, estou passando por isso. Tem jovens com pensamentos suicidas, o tanto que faz falta [a aula]. Também me coloco na situação daquele menino de Campinas", disse ele, mencionando a criança de 11 anos que era mantida por um casal em cárcere privado dentro de um barril, amarrada e com o tampo fechado por uma peça de mármore.
"Tenho meus medos, meus temores, e acho que a gente precisa olhar para todos, não dá para não olhar para as crianças", acrescentou, em seguida.
"Professor está lá, no coração dele, dividido. Professor sabe da importância do papel dele. Ele quer voltar. Ele tem medo, a gente tem que entender esse receio e tentar enfrentar e dar condições. Hoje a maioria absoluta dos nossos professores foi para a sala de aula, receber nossos estudantes para fazer algo fundamental para a nossa sociedade, que é a educação."
O retorno das aulas no estado de São Paulo havia sido determinado inicialmente para o dia 1º de fevereiro. Porém, em 22 de janeiro, esse prazo foi alterado para 8 de fevereiro para que os professores tivessem mais tempo de preparação em meio ao aumento de casos da covid-19 no estado. A volta ocorreu hoje com a capacidade reduzida.
Após decisão da Justiça, que autorizava o retorno de aulas presenciais em São Paulo, a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) anunciou que faria greve a partir desta segunda-feira.
Durante o programa, Rossieli Soares disse que a adesão à greve "não foi significativa" e que nenhuma escola foi fechada por esse motivo.
A Apeoesp diz que a greve contou com a adesão de 15% dos professores em todo o estado. Um novo ato está marcado para terça-feira;
Menino preso em barril
O caso citado por Rossielli para defender a volta às aulas refere-se ao menino de 11 anos, mantido amarrado durante pelo menos um mês. Ele foi resgatado por PMs após denúncia anônima.
A Polícia Civil de Campinas já ouviu ao menos seis vizinhos do menino para tentar apurar quanto tempo o ele sofria maus-tratos. A informação foi confirmada por fontes ao UOL.
Segundo fontes da Polícia Civil, até agora já se sabe que o garoto passou um mês dentro do barril — ele mesmo já havia dito, quando chegou ao hospital, que viu o Réveillon por um buraco na parede.
Porém, os investigadores da 1ª Delegacia de Defesa da Mulher acreditam que os maus-tratos acontecem havia, pelo menos, sete anos.
Os vizinhos ouvidos são os mais próximos da casa, e eles contaram que a madrasta sempre impedia qualquer um de entrar na residência.
Segundo as testemunhas, a relação familiar sempre foi complicada. Alguns gritos eram ouvidos, de vez em quando, mas ninguém imaginava que o garoto era colocado dentro de um barril metálico.
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