Enem é 'feito para não dar tempo': crie estratégia para responder a prova
A prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) é avaliada como a mais importante no calendário estudantil brasileiro pelas chances que oferece de entrada em várias universidades públicas, mas pede do candidato boa administração do tempo para responder as questões.
"É uma prova que exige um olhar estratégico. Não é provinha de colégio, é uma prova que é feita para não dar tempo. Não é uma prova que você leva para casa e depois de uma semana você devolve", diz Madson Molina, coordenador do curso Anglo, em São Paulo.
Ela é propositalmente criada para não dar tempo. O lado estratégico é fundamental e entender a prova como sendo um evento em que o estudante tem que capitalizar o maior número de questões.
Madson Molina, coordenador do curso Anglo, em São Paulo
O professor dá algumas dicas de como fazer isso. Separamos três:
1. Descubra qual é a melhor maneira para você fazer a prova
O jeito de entender o que funciona e o que não funciona é testar muitas vezes. Faça os simulados, mas avalie o que foi bom e o que foi ruim. Antes de fazer a prova simulada, anote em uma folha de papel todos os passos que você vai seguir. Responda as questões e confira o gabarito. Volte às anotações e veja o que deu certo no plano que você montou. Assim, você vai criando uma "espiral de melhoria de estratégia".
"Mantenha o que deu certo para a próxima simulação e busque novas estratégias para o que deu errado, porque como é um evento emocionante, às vezes a emoção se sobrepõe. Os estudantes se esquecem e fazem uma próxima prova como se fosse a primeira vez", diz Molina.
2. Não se "apaixone" pelas questões
Deixe as preferências de lado e não dê mais atenção para as matérias em que você se sai melhor.
"Um erro comum que acontece com os alunos é eles se apaixonarem por questão. O aluno fala: 'Eu amo botânica, amo de paixão', e aí ele vai direto para a questão de botânica, e às vezes ela é difícil. Mas ele fica cego, fica dez minutos resolvendo, enquanto poderia fazer outras três", afirma Molina.
"Os alunos torcem para que as questões do Enem sejam iguais às que eles já fizeram, e elas não vão ser iguais. Elas podem ser parecidas. Mas, quando ele reconhece algum ponto de identidade, ele fica cego, achando que aquela questão é a que ele já resolveu."
3. Encare a prova como final de Olimpíadas ou turnê de banda de rock
Fazendo uma comparação com os esportes, Molina recomenda que o candidato esteja treinado para fazer uma final de Olimpíadas, não uma eliminatória. Pensando em uma banda famosa, é como estar no auge de uma turnê mundial, e o cérebro precisa entender isso.
É como uma banda de rock que vai fazer uma grande turnê: tem o primeiro show, o segundo show, lá no meio, eles já estão tocando de olhos fechados. Quanto mais simular o lado estratégico, o aluno pode mapear conteúdos que eventualmente ele não teve, injetar tempo para a absorção desses conteúdos, mas mais do que isso, é mostrar para o cérebro que é uma situação corriqueira.
Madson Molina, coordenador do curso Anglo, em São Paulo
Redação antes ou depois?
A recomendação do professor para o primeiro dia de prova é olhar o tema da redação e os textos de apoio logo no início, mas não escrever de imediato. Isso pode ajudar o cérebro a trabalhar as ideias em segundo plano, como se fosse uma aba aberta no computador, enquanto o candidato responde as questões de ciências humanas e linguagem.
Para o segundo dia, Molina indica olhar de forma geral o conteúdo de matemática e já resolver o que for mais fácil. Depois, seguir para ciências da natureza.
"Tem questões de matemática que o estudante precisa daquela inspiração, daquela sacada, e não adianta ele ficar oito, dez minutos esperando que a inspiração venha. Nesse tempo, era para ter feito três questões fáceis. Se ele já mostrou para o cérebro que questões [difíceis] são essas, o cérebro também vai olhar para elas em segundo plano. No meio da prova as fichas começam a cair, e ele pode voltar e resolver."
Organizados saem na frente
A professora Vera Lucia da Costa Antunes, coordenadora pedagógica do curso e colégio Objetivo, em São Paulo, também defende fazer muitos simulados como treino, mas acha que, no dia para valer, folhear a prova antes de responder pode consumir minutos valiosos.
"O aluno pode ficar ansioso. Ele vê uma foto, uma imagem, uma pintura, uma charge, vai ficar tenso, não vale a pena. Comece pela questão número um, seja no primeiro dia ou no segundo dia, vá na sequência", ela diz.
"E tem que tomar cuidado de marcar mesmo a alternativa que escolheu, para depois passar essas letrinhas para o cartão de respostas. Tem que se organizar, a pessoa organizada ganha muito mais."
Ela orienta que as respostas sejam todas anotadas no cartão antes de começar a redação, pois isso toma algum tempo, já que são muitas questões.
Não dá para parar, não dá para ficar voltando, vá em frente, até o número 90. Tem que ter treinamento.
Vera Lucia da Costa Antunes, coordenadora pedagógica do curso e colégio Objetivo, em São Paulo
Antunes reforça aquilo que os candidatos já sabem, mas não podem menosprezar quando se fala de Enem: cuidar do físico e do emocional, pois eles serão exigidos.
"Noventa questões é bastante, é cansativo. Por isso, tem que estar descansado e bem alimentado. Nada de dormir tarde na véspera ou comer uma coisa pesada. Tem de ser algo que sustente [no dia da prova]."
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