Servidor do Inep afirma que demissões ocorreram porque órgão sofre desmonte
O presidente da Assinep (Associação dos Servidores do Inep), Alexandre Retamal, afirmou hoje que os 37 funcionários do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) que pediram exoneração dos cargos entre sexta-feira (5) e ontem foram motivados por divergências com o comando do órgão.
Segundo ele, o Inep está sendo "mal administrado" e "desconstruído" pelo atual governo. Retamal também alega que os servidores sofrem assédio moral. As afirmações foram feitas em entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, nesta terça-feira (9).
Não tem mais como concordar com a administração atual no Inep (...) Precisamos que a sociedade saiba o que está acontecendo. Temos de nos unir para melhorar a educação brasileira.
Alexandre Retamal, presidente da Assinep
Retamal alega que o Inep é atacado pelo próprio Ministério da Educação, ao qual está subordinado, e pela gestão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em geral. Segundo ele, isso acontece porque o governo afirma que o Inep "trabalha de forma ideológica".
Como exemplo, o presidente da associação afirmou que há interferência da chefia do Inep na elaboração das provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio): "Às vezes, eles (MEC e o governo federal) querem obrigar os servidores a retirar uma questão sem ter justificativa cientifica", disse.
Quem nos acusa de fazer as coisas por ideologia é porque age de forma ideológica.
Alexandre Retamal, presidente da Assinep
Em relação ao desmonte, Retamal citou casos de áreas que estão sem diretoria e trabalhando com uma quantidade insuficiente de funcionários. De acordo com ele, nessas situações, os servidores acabam tendo que trabalhar muitas horas extras para dar conta do trabalho. "Erros podem acontecer, mas esses erros acontecem muitas vezes pela sobrecarga e pela falta de pessoal suficiente. Isso é um exemplo claro que desconstrução", afirmou.
Prova do Enem não será afetada
Retamal afastou qualquer possibilidade de que a realização do Enem seja afetada pelas demissões. "Os estudantes podem ficar tranquilos", disse. A prova está garantida porque vem sendo planejada há um ano, além de contar com o apoio do Consórcio Aplicador, que envolve outras instituições como os Correios e a FGV (Fundação Getúlio Vargas).
Além disso, os servidores que pediram exoneração deixarão seus cargos de coordenadoria e gestão, mas continuarão trabalhando no órgão porque são funcionários de carreira.
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