Ministro interino da Educação está disposto a dar explicações, diz senador
O presidente da comissão de Educação do Senado, Marcelo Castro (MDB-PI), afirmou hoje (30) que o ministro interino da Educação, Victor Godoy, ligou para ele e disse que está disposto a prestar esclarecimentos na Casa.
"Recebi agora a ligação do ministro interino da Educação, Victor Godoy, que se colocou à disposição para prestar esclarecimentos à Comissão de Educação do Senado, sobre as denúncias de corrupção na pasta. Amanhã [31] vamos votar o requerimento de convocação de Godoy", escreveu Castro, no Twitter.
O parlamentar também informou que o pedido da convocação do ministro interino foi apresentado pelos senadores Jean Paul Prates (PT-RN) e Humberto Costa (PT-PE).
Amanhã, o ex-ministro da pasta Milton Ribeiro poderá prestar depoimento no Senado, mas, por se tratar de um convite, Ribeiro não é obrigado a comparecer. Em contrapartida, a chamada de Godoy, se aprovada, seria mandatória.
Quem é Victor Godoy?
Nomeado hoje como ministro interino do MEC (Ministério da Educação), Victor Godoy Veiga ocupava até então o cargo de secretário-executivo da pasta, o segundo na hierarquia.
Ele assume o MEC em meio à crise envolvendo o antigo ministro Milton Ribeiro, pastor presbiteriano que deixou o comando da pasta após a divulgação de um áudio em que ele afirma que o governo federal prioriza a liberação de verbas a prefeituras ligadas a dois pastores.
Veiga é servidor de carreira como auditor federal na CGU (Controladoria-Geral da União) desde 2004. Em julho de 2020, quando Ribeiro passou a chefiar o MEC, ele foi convidado para o ocupar o cargo.
O currículo de Veiga divulgado pelo MEC informa que ele é formado em engenharia de redes de comunicação de dados pela UnB (Universidade de Brasília) e fez pós-graduação na Escola Superior de Guerra e na Escola Superior do Ministério Público.
Saída de Ribeiro
Milton Ribeiro pediu exoneração do cargo de ministro da Educação na segunda-feira (28), uma semana após a divulgação de um áudio em que Ribeiro afirma que o governo federal prioriza a liberação de verbas a prefeituras ligadas a dois pastores. Sem cargos, os líderes religiosos atuam em um esquema informal de liberação de verbas do MEC, segundo reportagem da Folha de S.Paulo.
"Foi um pedido especial que o Presidente da República [Jair Bolsonaro] fez para mim sobre a questão do [pastor] Gilmar [Santos]", diz o ex-ministro na gravação.
A Polícia Federal abriu inquérito na semana passada para investigar a ação dos pastores junto ao MEC. A pedido da Procuradoria-Geral da República, o Supremo Tribunal Federal também autorizou a abertura de apuração.
Ribeiro admitiu ter encontrado os religiosos, mas isentou Bolsonaro. Nas redes sociais, pastor Gilmar afirmou serem falsas as notícias sobre sua participação como intermediador na liberação de verbas do MEC para prefeituras. Arilton Moura não se manifestou.
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