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Quem é Victor Godoy Veiga, novo ministro interino da Educação?

Victor Godoy fez pós-graduação na Escola Superior de Guerra - Luis Fortes/MEC
Victor Godoy fez pós-graduação na Escola Superior de Guerra Imagem: Luis Fortes/MEC

Ana Paula Bimbati

Do UOL, em São Paulo

30/03/2022 08h11

Nomeado hoje como ministro interino do MEC (Ministério da Educação), Victor Godoy Veiga ocupava até então o cargo de secretário-executivo da pasta, o segundo na hierarquia .

Ele assume o MEC em meio à crise envolvendo o antigo ministro Milton Ribeiro, pastor presbiteriano que deixou o comando da pasta após a divulgação de um áudio em que ele afirma que o governo federal prioriza a liberação de verbas a prefeituras ligadas a dois pastores.

Veiga é servidor de carreira como auditor federal na CGU (Controladoria-Geral da União) desde 2004. Em julho de 2020, quando Ribeiro passou a chefiar o MEC, ele foi convidado para o ocupar o cargo.

Fontes ouvidas pelo UOL afirmaram que o novo ministro interino deve conduzir a pasta seguindo o caminho de Ribeiro. Veiga sempre teve espaços privilegiados em reuniões e decisões do MEC.

Em suas redes sociais, Veiga dá destaque a um vídeo publicado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). No post, o novo ministro conta ter recebido uma pessoa para "ouvir suas contribuições" a "pedido" do chefe do Executivo para "apresentar sua ideia para auxiliar o MEC na transformação da educação brasileira".

O currículo de Veiga divulgado pelo MEC informa que ele é formado em engenharia de redes de comunicação de dados pela UnB (Universidade de Brasília) e fez pós-graduação na Escola Superior de Guerra e na Escola Superior do Ministério Público.

Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, Veiga foi responsável por ameaçar servidores que tentassem levar para Polícia Federal a investigação da Unifil, de Londrina. O jornal revelou que uma fraude teria ocorrido no curso de biomedicina da instituição a partir do vazamento da avaliação do ensino superior.

Quatro ministros em três anos

Nos bastidores, comenta-se que Veiga deve assumir o cargo oficialmente. Caso isso se confirme, será o quinto a assumir a pasta desde o início do governo Bolsonaro.

Antes de Ribeiro, Carlos Decotelli teve uma breve passagem pela pasta —pediu demissão com apenas cinco dias no cargo, após denúncias de irregularidades em seu currículo.

Antecessor de Decotelli, Abraham Weintraub deixou a função em junho de 2020, em razão da escalada da crise institucional causada por suas declarações contra ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).

Antes deles, Ricardo Vélez Rodríguez, o primeiro nome à frente do MEC no governo Bolsonaro, teve uma gestão de apenas três meses, também marcada por polêmicas.

Especialistas ouvidos pelo UOL apontaram que a troca de ministro quebra mais uma vez a possibilidade de uma gestão a longo prazo na pasta e dá sequência ao desmonte e enfraquecimento do ministério.

Até o momento, o governo Bolsonaro teve 28 trocas de ministros. Mesmo antes de ter finalizado os quatro anos, o atual governo é o segundo que mais trocou ministros desde a redemocratização. Até o momento, Bolsonaro mudou o titular das pastas, em média, a cada 42 dias.