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Crise de ansiedade faz 26 alunos passarem mal em escola no Recife

Do UOL, em São Paulo

09/04/2022 10h55

Um grupo de 26 estudantes foi atendido ontem em uma escola estadual do Recife com sintomas de crise de ansiedade. Segundo a Secretária de Saúde da capital pernambucana, "os jovens apresentaram sudorese, saturação baixa e taquicardia". Os estudantes estavam em período de provas.

Oito veículos do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foram acionados para atender a ocorrência. De acordo com a secretaria, os alunos "foram atendidos no local e não precisaram de remoção para unidades de saúde".

O caso aconteceu na Erem (Escola de Referência em Ensino Médio) Ageu Magalhães, na zona norte do Recife. A secretaria estadual de Educação disse que "a escola realiza de maneira sistemática um trabalho voltado à educação socioemocional".

A crise de ansiedade consiste na sensação de angústia e vulnerabilidade, com a presença de medo da perda de controle diante de um desafio que vai acontecer. Isso envolve desde a preparação para um evento até acontecimentos considerados de baixa importância no dia a dia, como tarefas domésticas ou chegar no horário combinado a um compromisso.

Na crise de ansiedade, as pessoas têm medo de que acontecimentos ruins possam afetá-las e passam a sentir sintomas psicológicos e físicos.

Como controlar a ansiedade?

Diante de todas as explicações sobre o que representa esse episódio, é importante conhecer formas de aliviar os sintomas, o que envolve desde medicação receitada por um profissional até uma simples conversa. As psicólogas dão algumas dicas:

  1. Recorra a técnicas de controle respiratório: a respiração consciente, por exemplo, impacta o funcionamento do corpo inteiro. Para fazê-la, basta escolher um momento do seu dia e estabelecer uma pausa na qual o ato de inspirar e expirar acontecerá de forma controlada, com a atenção apenas na respiração.
  2. Converse com alguém de sua rede de apoio: isso ajuda a identificar que é um momento de crise e que a sensação de morte é apenas negativa subjetiva (não está ocorrendo de fato).
  3. Faça atividades com a finalidade de interromper o pensamento e desfocar da crise: escrever, ouvir música, ler, tomar um banho ou qualquer outra forma de expressão, inclusive a realização de práticas religiosas para quem possui crenças dessa ordem.

Como prevenir a ansiedade?

Seger argumenta que uma pessoa ansiosa, normalmente, cresceu nesse contexto de ansiedade, com medo do novo, do desconhecido. Assim, ela tenta antecipar o futuro para ter o controle da situação.

"Nessa tentativa de impedir que algo de ruim aconteça, esse indivíduo não vive, está sempre pensando em como responder, em um estado de sofrimento mental gritante. A psicoterapia, portanto, é essencial para lidar com isso", orienta.

Além de frequentar o psicoterapeuta, que vai auxiliar no autoconhecimento, na identificação de "gatilhos" e no manejo da ansiedade, Toledo sugere outras práticas:

  1. Atividades físicas aeróbicas: reduz dores crônicas e melhora a qualidade do sono.
  2. Meditação e prática de ioga: ampliam a conexão consigo mesmo, promovem relaxamento e ajudam no controle da ansiedade e da depressão.
  3. Trabalhos manuais, culinária e pintura: desenvolvem a criatividade, habilidades, raciocínio mais centrado, melhoram concentração, aumentam o repertório simbólico e expressivo.
  4. Contato com a natureza: contribui para alívio do estresse.
  5. Brincar com animais de estimação: desenvolve a afetividade, melhora o humor e a relação com diferentes emoções.
  6. Atividades de autocuidado: melhoram a autoestima, a sensação de segurança e a autonomia.
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Psicoterapia pode ser muito útil no tratamento
Imagem: Freepik

Como diferenciar uma crise de ansiedade de um infarto?

É preciso entender que a aceleração cardíaca por si só não indica um infarto. Sua principal característica é uma dor aguda no peito, geralmente com irradiação para o pescoço e braço, com alteração de pressão arterial, que se estende por horas. No caso da crise de ansiedade, existe uma multifatorialidade, com sensações diversas, que vão desde a falta de ar até uma tremedeira. Além disso, as pessoas ansiosas percebem que já viveram essa situação outras vezes.

Toledo lembra que a dor da ansiedade é permanente: "Pode durar dias, está associada à angústia e, muitas vezes, há correlação com um evento estressor recente", afirma.

Em todo caso, essa diferenciação precisa ser confirmada no pronto atendimento por um profissional, sem partir do pressuposto de que é apenas emocional.