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Pesquisa: 54% das escolas municipais planejam reforço de ensino após aulas

Após dois anos sem aulas presenciais, redes municipais de ensino buscam reduzir lacunas no aprendizado de crianças - iStock
Após dois anos sem aulas presenciais, redes municipais de ensino buscam reduzir lacunas no aprendizado de crianças Imagem: iStock

Juliana Arreguy

Do UOL, em São Paulo

05/04/2022 11h00

Ao menos 54% das escolas das redes municipais de ensino planejam atividades presenciais fora dos horários de aula para recuperar lacunas na aprendizagem de estudantes desde o início da pandemia de covid-19, aponta pesquisa publicada hoje (5) pela Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação).

O levantamento, feito com o apoio do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e do Itaú Social, ouviu 3.372 secretarias municipais de educação entre 22 de fevereiro e 8 de março deste ano. O valor corresponde a 61% do total de municípios brasileiros, representando mais de 22,8 milhões de matrículas escolares.

"É muito importante que, tanto no processo de recomposição quanto no de recuperação, nós tenhamos consciência que se trata de intensificar e fortalecer as aprendizagens. Aquilo que durante o período mais crítico nós tivemos de fazer da forma como foi possível, mas com a certeza de que ficaram lacunas", explica Luiz Miguel Martins Garcia, presidente da Undime e dirigente municipal de Educação de Sud Mennucci, no interior de SP.

Angela Dannemann, superintendente do Itaú Social, acrescenta: "A recuperação das aprendizagens exige um olhar sistêmico, com o propósito de reduzir as desigualdades ainda mais aprofundadas durante a pandemia".

Segundo a pesquisa, 93% das escolas municipais terão aulas presenciais em cinco dias da semana. Mesmo com 54% afirmando que trabalharão a recuperação dos estudantes fora do horário de aula — chamado de contraturno —, 69% pretendem realizar atividades de reposição dentro do turno escolar.

"Além disso, atividades de contraturno, por exemplo, podem ser articuladas junto às organizações da sociedade civil dos territórios. O desenvolvimento integral das crianças e adolescentes só tem a ganhar com a articulação intersetorial", diz Dannemann.

Atividades presenciais fora do horário de aula correspondem à maior dificuldade que as secretarias municipais relataram para a implementar projetos de recuperação dos estudantes.

Já o planejamento das estratégias junto às escolas foi apontado pelas secretarias como a ação de menor grau de dificuldade.

Entre os municípios, 77% declararam que o planejamento para a recuperação dos estudantes está sendo preparado pela secretaria municipal e será enviado às escolas. Já 20% declararam ter deixado a cargo das instituições de ensino a escolha sobre como implementar as estratégias de recomposição.

37% exigem comprovante de vacinação das crianças

Pelo menos 63% das secretarias municipais disseram que houve uma boa aceitação dos pais e responsáveis no que diz respeito às vacinas contra o coronavírus; 20% declararam à pesquisa que há baixa procura por vacinas.

As secretarias que exigirão o cartão de vacinação das crianças no retorno às aulas presenciais correspondem a 37% das entrevistadas. Entre elas, 47% declararam que não devem impedir a entrada de alunos sem o comprovante de imunização, mas que acionarão o Conselho Tutelar para alertar sobre a falta de vacinação.

Do total de secretarias, 31% disseram que respeitarão as decisões das famílias que optarem por não vacinar seus filhos.

Já 56% das redes municipais afirmaram exigir comprovante de vacinação dos profissionais que atuam nas escolas. Nestes casos, 50% dizem orientar os servidores que não estiverem vacinados ou que estiverem com o esquema de imunização incompleto.

A maioria das redes (76%) afirmou que prevê o isolamento de estudantes ou servidores que apresentarem sintomas de covid-19. Enquanto isso, 15% disseram adotar medidas ainda mais rigorosas, prevendo o isolamento de toda a turma em caso de aluno ou servidor com sintomas.