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Após dois anos do início da pandemia, MEC lançará programa de recuperação

Ministro da Educação, Victor Godoy, durante evento ligado a educação e tecnologia em São Paulo - Divulgação/Bett Brasil
Ministro da Educação, Victor Godoy, durante evento ligado a educação e tecnologia em São Paulo Imagem: Divulgação/Bett Brasil

Ana Paula Bimbati

Do UOL, em São Paulo

10/05/2022 15h23

O ministro da Educação, Victor Godoy, disse nesta terça-feira (10) que o MEC (Ministério da Educação) lançará um programa chamado Política Nacional de Recuperação de Aprendizagem ainda este mês.

"Neste período em que a gente retoma as aulas presenciais, temos como diretrizes trabalhar na perspectiva da recuperação das aprendizagens e da transformação digital brasileira", disse Godoy. A declaração foi dada durante a abertura do congresso Bett Brasil, evento ligado a educação e tecnologia.

Segundo o ministro, a política será composta a partir de três eixos:

  • Recomposição e reengajamento dos estudantes;
  • Combate a evasão escolar;
  • Inovação e conectividade.

O ministro não deu detalhes de investimento e outras informações de como a política será implementada.

Ao longo da pandemia, estados, municípios e especialistas criticaram a falta de atuação e coordenação do MEC. Segundo o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), as perdas são "quase irrecuperáveis".

Com o fechamento das escolas para evitar a disseminação do coronavírus e a falta de internet, estudantes ficaram prejudicados ao longo dos últimos dois anos, por falta de conexão e dificuldades de acesso e compreesão do conteúdo.

Crise no MEC

Godoy assumiu o cargo de forma interina em 30 de março após Milton Ribeiro deixar o ministério no dia 28 em meio ao surgimento de denúncias de corrupção e a divulgação de um áudio em que o então ministro afirmava que o governo federal priorizava a liberação de verbas a prefeituras ligadas a dois pastores. No último dia 18, Godoy assumiu o cargo oficialmente.

Durante a visita do ministro ao stand do MEC, a reportagem o questionou sobre sua possível ida amanhã (11) à Comissão de Educação da Câmara dos Deputados. Godoy disse que responderia depois de seu discurso —mas ele acabou não conversando mais com a imprensa.

"A cada notícia negativa, a gente arregaçava mais as mangas. Enquanto a mídia dizia que o MEC não coordenava, não se preocupava, a gente dobrava os esforços para fazer grandes entregas", disse o ministro ao público geral na abertura do evento.

Godoy estava acompanhado de uma grande comitiva do MEC. Faziam parte do grupo secretários, assessores e o presidente do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), Marcelo Lopes da Ponte.

Universalização da internet

O ministro comemorou as ações realizadas pelo MEC ligadas à conectividade. Em sua fala, citou o programa Wi-fi Brasil, em parceria com o Ministério das Comunicações, e afirmou que, em 2022, o Brasil vai "chegar muito próximo" da universalização de acesso à internet nas escolas.

Segundo dados do Censo Escolar 2020, das 140 mil escolas brasileiras, pelo menos 75% já contam com esse serviço.

Godoy também afirmou que a pasta tem destinado verba para os estados através da Lei de Conectividade. É a mesma lei que foi vetada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) no ano passado.